As tabernas pequenas das aldeias deste País
Portugal é um País de grandes tradições.
Algumas já vem do tempo dos afonsinos, outras são de fabrico mais recente.
Umas quantas podem ser observadas em todo o território nacional, outras são apenas locais.
Na região saloia, por exemplo, era da tradição todos os homens usarem barrete, que era o símbolo da sua condição social, aquilo que os diferenciava dos que habitavam a cidade é a quem vendiam os seus legumes e serviços.
Mas o progresso, bom os seus efeitos erosivos, tem tendência a destruir algumas tradições, com aspectos, por vezes, negativos como no caso que vou passar a relatar.
O Jaquim e o Manel eram irmãos gémeos, igualzinhos que nem duas gotas de água.
A única coisa que os distinguia era que o jaquim, mais tradicionalista, ainda usava barrete e o Manel, mais atirado para a frente, andava sempre de chapéu.
Um dia o Manel casou- se com a Balbina, a rapariga mais vistosa do lugar.
Tal como toda a gente, a noiva e depois esposa, só distinguia o marido do cunhado pelo barrete ou pelo chapéu porque ela com o homem para o quarto.
Nisto bateram à porta, entrou o mano do barrete e a mulher exclamou:
Aí cunhado , que vem todo encharcado … venha para aqui, venha para o pé da lareira que está mais quentinho.
- Quais cunhado, quais carapuça! Sou eu, o Manel … o teu marido.
É que faltou a luz na taberna e como estava muito escuro o jaquim enganou- se e trouxe o meu chapéu!
