Associação de Bombeiros indignada com município por desistir da segunda equipa de intervenção permanente
A direção dos Bombeiros de Mogadouro mostrou-se esta quarta-feira "indignada" com a decisão do município de denunciar o protocolo assinado para a constituição de uma segunda Equipa de Intervenção Permanente (EIP).
“Estamos indignados com a decisão tomada pelo executivo municipal de Mogadouro em denunciar a criação de uma segunda EIP, porque em nada fazia prever este desfecho”, disse o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mogadouro (AHBVM), João Gouveia.
Durante uma conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, o dirigente remeteu para um documento de 24 pontos onde está plasmada a posição tomada pela direção da AHBVM e que, disse, foi enviado ao presidente da câmara de Mogadouro.
O protocolo tripartido para a criação de uma segunda EIP nos bombeiros de Mogadouro foi estabelecido entre o município de Mogadouro, no distrito de Bragança, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), e a AHBVM.
Em comunicado publicado na terça-feira na página oficial da internet, este município indicava que “este protocolo foi assinado em 23 de julho de 2021, [ainda no decurso do anterior mandato liderado pelo PS], sem que até à data tivesse sido realizada nenhuma das ações ou obrigações nele previstas.”
“Durante os 15 meses decorridos sobre a data de assinatura, não houve cumprimento dos objetivos estabelecidos, nem pela ANEPC, nem pela AHBVM, apesar de terem decorrido várias reuniões entre o presidente do município de Mogadouro e os representantes destas entidades, tendo o presidente, por diversas vezes, encorajado a realização das ações previstas no articulado protocolar”, indica a mesma nota.
Segundo a autarquia, “é certo que, embora o protocolo estivesse em vigor há mais de um ano, as partes anteriormente citadas nada fizeram para o cumprir, não existindo qualquer execução física ou financeira”.
No documento hoje tornado público, a direção da AHBVM contraria estas declarações e indica que “em 25 de agosto de 2022, em reunião na câmara, na qual estiveram presentes dois elementos da direção da AHBVM e o comandante Distrital da Proteção Civil (CODIS), foi informado o Sr. presidente da câmara do andamento do processo concursal e, designadamente, da realização das provas físicas aos candidatos no dia 15 de setembro de 2022, data por todos aceite e por todos tida como atempada e oportuna”.
De acordo com a mesma nota, “o presidente da câmara reiterou a sua vontade de incluir na equipa EIP os dois candidatos que, desde sempre, havia nomeado” acrescentando a nota emitida AHBVM “que no dia 15 de setembro de 2022, os candidatos à EIP realizaram as necessárias provas físicas, com supervisão dos dois comandantes distritais de Bragança da ANEPC”.
“Os resultados daquelas provas físicas são, desde então, conhecidos e excluíram os dois candidatos propostos pelo presidente da câmara de Mogadouro”, vinca a AHBVM.
Esta associação de bombeiros refere ainda no mesmo documento “que tudo fará para a criação da segunda EIP”, acrescentando "que foram iniciados os contactos com o comando distrital da ANEPC para, conjuntamente, encontrarem o melhor caminho para a sua concretização deste anseio”.