Falta de funcionários no matadouro de Bragança desvia abates para Vinhais

A falta de funcionários está a levar muitos empresários a não levar animais para abate no matadouro de Bragança, optando pela unidade de Vinhais, que é a mais próxima, porque não podem esperar pela disponibilidade do equipamento da capital de distrito que não está a trabalhar a 100 %. Em Bragança os abates só são realizados à segunda e quarta-feira.
Luísa Correia, proprietária de um restaurante na zona industrial de Bragança e produtora de gado em Viduedo, indicou ao Mensageiro que é uma das afetadas pelo problema no matadouro brigantino, onde desde o início do verão tem verificado a existência de vários atrasos e cada vez mais recorrentes. “Ainda abatemos alguns animais, mas desde há alguns meses que é quase impossível fazer abates em Bragança. Desde junho ou julho que só abatem por especial favor. A última vez que abati animais nesse matadouro estive cerca de três semanas à espera”, afirmou.
A situação tem piorado desde então. “Em abril ainda me fizeram o abate, desmancha e fatiaram a carne. Agora já não o fazem. Não têm pessoal suficiente para trabalhar e garantir todos esses serviços. Tinham uma equipa ótima de 12 pessoas, mas agora só tem quatro funcionários e no verão dois estavam de férias. Chegaram a interromper as férias para ir fazer abates. Não têm pessoal, ainda assim o município às vezes envia outros trabalhadores para trabalhar no matadouro, só que não é pessoal qualificado”, explicou a produtora, acrescentando que “não estão a trabalhar a 50 por cento o que é um problema para criadores e para os talhos do concelho que são obrigados a deslocar-se aos concelhos vizinhos” .
O Município de Bragança explicou que o Matadouro local não envia abates para outros matadouros. “São os criadores e talhos que decidem onde pretendem abater, sendo condicionados com a capacidade de abate de cada matadouro”, referiu uma fonte do gabinete da autarquia, numa resposta por escrito.
A Câmara informou ainda que em outubro saíram dois assistentes operacionais do Matadouro Municipal de Bragança, por concurso para outras entidades, e três assistentes operacionais estão de baixa médica. Entretanto, um dos trabalhadores deixou de estar de baixa e já entrou ao serviço.