Bragança

Santa Casa avança com projeto para resgatar memórias e melhorar competências digitais dos utentes

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2024-02-08 12:53

“Life Learning Now is Digital” é o projeto que a Santa Casa da Misericórdia de Bragança (SCMB), apresentou publicamente na passada sexta-feira, que tem por objetivo criar um banco de memórias vividas pelos utentes, recolhidas para a posteridade, dando-lhes a oportunidade para melhorarem as competências digitais.

O projeto inserido nas atividades de promoção do envelhecimento ativo é coordenado pela SCMB e resulta de uma parceria com o Instituto Politécnico, o pólo de Zamora da Universidade de Salamanca e a Fundação EduVita, uma organização não governamental italiana, com o objetivo de reduzir o isolamento social, aproximado os idosos da família e dos amigos através da tecnologia.

“É cofinanciado pela União Europeia através do Programa Erasmus +. Foi atribuído à Santa Casa um valor de cerca de 50 mil euros, para durante dois anos fazer através das novas tecnologias e da preservação do património cultural recolher histórias, narrativas e fazer exposições. Os utentes seniores e os que têm necessidades educativas especiais têm a possibilidade de contactar com as novas tecnologias. Juntam-se os dois pontos para promover a inclusão”, explicou Tiago Asseiro.

Na prática 20 utentes por ano, de cada um dos países envolvidos, nomeadamente Portugal Espanha e Itália, vão participar no projeto. “No final os trabalhos vão ser compilados numa edição bilingue. O Erasmus + tem a ver com os intercâmbios que serão promovidos ao longo destes dois anos”, acrescentou Tiago Asseiro garantindo que “as expetativas são boas” tanto mais que é um desafio. “Muitos utentes não sabem trabalhar com as novas tecnologias, porque nunca tiveram acesso. O importante é recolher as histórias e vivências para partilhar. A ideia é que escrevam, façam pequenos vídeos e fotografias, aceder às redes sociais. No final teremos um banco de memória” descreveu o responsável pelo projeto.

Alicia Morciano, da Universidade de Salamanca, acredita que o projeto “é uma grande oportunidade de cooperação e de partilha de conhecimentos” entre três países. “O enfoque é a melhoria da qualidade de vida dos mais velhos. Em Zamora são 20 idosos que vivem numa residência e que podem melhorar as competências digitais, que lhes podem facilitar o seu dia a dia, mas também a sua qualidade de num contexto de lazer e de comunicação, sobretudo, a chave é que se usa a tecnologia para recuperar histórias de vida e trabalhar esse património educativo que é tão interessante”, acrescentou.

Assinaturas MDB