A opinião de ...

A importância do voto nas eleições locais

Apesar de o Governo, com as suas políticas, estar a menorizar o Poder Autárquico, é importante chamar a atenção dos cidadãos para o exercício do direito de voto nas eleições autárquicas do próximo dia 29.
Estou a escrever em circunstâncias especiais, no Estabelecimento Prisional de Izeda, onde vim acompanhar a votação de 80 dos 400 reclusos. E posso testemunhar o interesse destas 80 pessoas no exercício do seu direito cívico. Os outros, ou não o quiseram exercer ou estão impedidos disso por decisão do Tribunal, através de pena acessória à da reclusão. Mas posso testemunhar também a tristeza de muitos destes indivíduos, privados de um direito de cidadania.
Por isso, por vezes, nem nos damos conta dos direitos que temos e do modo como não os reivindicamos ou não os exercemos. É neste contexto que votar nas eleições é não apenas um direito mas também a manifestação de um poder, o poder de cidadania que nos permite ter a nossa quota-parte na escolha de quem nos vai governar durante os próximos quatro anos.Não é verdade o que muitos dizem, que as autarquias condicionam pouco as nossas vidas. Vivemos e deslocamo-nos no espaço de uma autarquia ou entre autarquias, num ambiente mais ou menos aprazível ou inóspito, na presença ou ausência de espaços e de acções de fruição cultural, em vias de comunicação boas ou más, com limpeza menos boa ou boa. Além disso, pagamos IMI e pagamos a produção e recolha de resíduos líquidos (vulgo saneamento), de resíduos sólidos (vulgo lixo), estacionamento de veículos e muitos outros serviços prestados pela autarquia como acesso a informações e licenças.
Por tudo isto, votar nas eleições autárquicas é importante. Também porque os projectos de ação política e governativa que nos são propostos são diferentes. Uns são apenas projectos de ação política como os do CDS, da CDU e do BE, candidaturas que, provavelmente, se limitarão à representação na Assembleia Municipal.
Outros são projectos de ação política e governativa como os do PSD, do PS e do MSP (Movimento Sempre Presente, independente). Estas candidaturas não aspiram apenas ao exercício da ação política através da representação na Assembleia Municipal. Aspiram também ao exercício da governação e qualquer delas aspira a ser governo autárquico, tanto nos órgãos do Município (Câmara e Assembleia Municipais) como nos órgãos das autarquias de freguesia ou de união de freguesias), a Assembleia de Freguesia e a Junta de Freguesia.
Os programas de todas estas candidaturas dão realce à ação social, à ação cultural e ao desenvolvimento económico. Vivemos tempos difíceis em que é necessário ajudar quem mais precisa, quem está desempregado e doente. Todos perceberam os problemas centrais da sociedade de hoje. A cidadania vai vencer.

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