A influência dos influencers
Há grandes influencers que mudaram vidas, entretiveram gerações, motivaram a explorar o mundo e o universo e inspiraram a milhões de pessoas a lutarem pelos seus sonhos e do seu exemplo germinaram grandes conquistas.
Após o surgimento das redes sociais, mas não se restringindo a elas, começaram a surgir também os chamados influenciadores digitais que apresentam um alcance cada vez mais global.
Normalmente ou são celebridades da internet ou outras pessoas que adquiriram e desenvolveram a sua fama, sendo por via disso, recrutadas por empresas para um marketing influente a fim de promover a venda de produtos para os seus seguidores e fãs.
Chegam até à esfera de influência, quais “professores” de estilos de vida, de comportamentos ou atitudes e sobretudo de tendências, em diferentes áreas, desde a moda, à tecnologia, aos videojogos, ao entretenimento em geral e até à política e sociedade.
Hoje muitos que adotam posturas excêntricas, procurando chamar para si o máximo de atenção, desde fazer palhaçadas à exploração da beleza corporal que quando se ouve falar dá um pouco de vergonha alheia e tem milhões de seguidores e likes por fazer nada, ou aquele que canta, mas o melhor que faz na sua desafinação completa, será vocalizar um tom sarcástico ou provocador.
Hoje, o bem normalmente é ridicularizado e o estúpido é difundido.
Em algumas situações extremas atinge-se o pico da gravidade legal e moral dos incitamentos ao ódio, ao racismo, ao preconceito, à xenofobia.
Veja-se o caso do jovem de 17 anos que foi preso no Brasil por, através da internet, ordenar ataques homicidas, ofensas à integridade física qualificada e discriminação e incitamento ao ódio e à violência.
Enquanto isso, o poeta, o escritor, o músico, o cientista, o artista, o filósofo, etc., são submetidos ao completo anonimato.
É evidente que cada pessoa faz as suas escolhas e o que vê e ouve, mas não deixa de ser um pouco esgotante ver todos os dias tantos exemplos de ausência de intelecto e de dedicação ao bem comum.
No entanto, o problema verdadeiramente não são este tipo de influencers ou os conteúdos que difundem, mas sim o que nós estamos a fazer para resgatar os valores e princípios, as referências que nos tornam mais humanos, mais corresponsáveis e mais livres em vivência harmoniosa em sociedade.
O que se deseja, inclusive na educação das novas gerações, que os influencers sejam outros e a influência que seja a do uso do intelecto e do amor, a começar por eles próprios. Como referiu um dia o Papa Francisco na Jornada Mundial do Panamá, ser um influencer no século XXI significa “ser guardião das raízes, guardião de tudo aquilo que impede a nossa vida de tornar-se «gasosa», evaporando-se no nada. Sejam guardiões de tudo o que permite sentir-nos parte uns dos outros, pertencer-nos mutuamente”.