Nordeste Transmontano

Covid-19: O ano negro do comércio tradicional

Publicado por António G. Rodrigues, com Fernando Pires e Francisco Pinto em Qui, 2021-03-11 12:11

Desde que foi detetado o primeiro caso no distrito de Bragança, a 12 de março de 2020, o comércio local entrou "num beco", com dois confinamentos gerais decretados pelo meio. O que mudou neste ano de pandemia?

 

Um ano para esquecer. É esse o lamento dos empresários tradicionais das principais cidades do distrito de Bragança.
Para as associações comerciais de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela (a de Miranda recusou responder), o balanço destes 12 meses de pandemia "é muito negativo".

"O balanço é amplamente negativo porque as empresas estão cada dia mais pobres. Se o tecido empresarial já era frágil, agora ainda mais", sublinha Maria João Rodrigues, contabilista e presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Bragança (ACISB). "Já temos empresas a encerrar, na área da restauração, como cafetarias e pastelarias. Os empresários criaram projetos em 2018 e 2019, em que lhes correu muito bem, mas 2020 e 2021 foi uma machadada enorme", explica.

"Até final de janeiro as pessoas ainda tinham alguma réstia de esperança mas agora começa a perder-se. Já fomos abordados por duas ou três empresas históricas da cidade que não estão a conseguir aguentar", diz.

Os empresários tentam de todas as formas reinventar-se. "Os da restauração tentam o take away e entregas ao domicílio. Ou através de vendas online", aponta.
Já na área do setor têxtil, o segundo confinamento, que ainda está em vigor, cortou as pernas a muitos empresários.
"Como vão conseguir pagar a coleção de verão se não conseguiram vender a de inverno? Vamos entrar num beco", antevê.

 

(Artigo completo disponível para assinantes ou na edição impressa)

 

Assinaturas MDB