Mirandela

Falta de informação é entrave para as famílias pedirem apoios de combate à pobreza energética

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2023-07-06 09:26

A falta de informação sobre as medidas disponíveis está a ser um entrave para muitas famílias acederem aos programas de candidaturas a financiamentos disponibilizados, para resolver os problemas de pobreza ou falta de eficiência energética, alertou Maria José Vicente, coordenadora nacional da EAPN-Rede Europeia Antipobreza, durante o seminário a “Energia para Todos - Desafios na Implementação da Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética”, organizado pela ADENE-Agência para a Energia, em Mirandela, na passada quinta-feira. “É importante a informação sobre as medidas que existem e sobre a pobreza energética. Depois ter, também, organismos locais que possam ajudar as pessoas a aceder às medidas e aos financiamentos. Isto é fundamental”, explicou Maria José Vicente, destacando que a pobreza energética “deve ser vista dentro de algo mais abrangente, como o combate à pobreza e à exclusão social, bem como as estratégias locais de habitação para que se possa intervir a várias dimensões”.
Segundo os dados divulgados no início de 2023 no Relatório da II Fase de Programa Edifícios mais Sustentáveis 2021/2022, que confere apoios para obras de melhoramento de habitações, o distrito de Bragança apresentou 1382 candidaturas, apenas 1,3% do total nacional. Foi dos números mais baixos a nível nacional. Aliás, os distritos mais frios e com maiores amplitudes térmicas do país, que no inverno enfrentam temperaturas a abaixo de zero e no verão chegam a mais de 40º, foram dos que apresentaram menos candidaturas, nomeadamente Vila Real (2009-1,9%), Guarda (2139-2,0%). O maior número de candidaturas foi de Lisboa (20573-19,4%) e Porto (13652- 12,9%). A nível nacional foram apresentadas 106131 candidaturas, das quais 70454 foram elegíveis.
Segundo o Eurostat em Portugal 17,5% das famílias não têm capacidade para aquecer a casa, sendo um dos países em pior situação na União Europeia. Presume-se que esa percentagem seja ainda mais elevada nas zonas rurais do interior português.

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