Diocese de Bragança-Miranda

Inaugurado órgão sinfónico na catedral “que é referência na Europa”

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2021-12-23 09:41

O catedral de Bragança tem, desde o passado domingo, um órgão sinfónico, de tubos, que é já “uma referência em Portugal e na Europa”, anunciaram as diversas entidades presentes na inauguração.

Trata-se da última fase do projeto Rotas das Catedrais a norte, que financiou melhoramentos nas catedrais do norte do país.

Neste caso, a instalação do órgão sinfónico na catedral de Bragança resultou de uma candidatura ao FEDER (fundos europeus), numa parceria da diocese com a Câmara Municipal de Bragança e a Direção Regional de Cultura do Norte, promotora do programa.

“Por aquilo que os técnicos nos apresentam, este órgão é uma referência a nível internacional, dada a sua construção e a sua constituição. No concurso internacional que foi feito, foi contratualizado para 35 registos mas tem, neste momento, 64.

A arte como caminho para Deus, para a relação de uns com os outros, para a fraternidade universal e para a amizade social. É um valor acrescentado para Bragança e para esta região.

Não era uma prioridade mas atendendo à oportunidade da candidatura, foi elegível e felizmente que o conseguimos concluir e hoje estamos a inaugurar e a benzer para o bem maior da cidade e da diocese. Como há pouco dizia o Papa Francisco, nem só de pão vive o homem mas também da cultura, desta sede de infinito que o órgão, como o melhor dos melhores instrumentos que canta na liturgia e que o homem conseguiu criar, é esta obra de arte”, explicou o administrador diocesano, D. José Cordeiro.
Já o presidente da autarquia, Hernâni Dias, explicou que o custo do equipamento ronda os 700 mil euros, dos quais 375 mil foram comparticipados por fundos europeus.
Hernâni Dias, o presidente da Câmara de Bragança, frisou que domingo foi “um dia histórico para a região”.

“Bragança tem vindo, ao longo do tempo, a afirmar-se como uma cidade cultural e este equipamento vem exatamente nessa senda. É algo que vem, sob o ponto de vista da atratividade do concelho de Bragança e, até, da região, vem dar esse contributo positivo para que nos afirmemos cada vez mais.
É um equipamento de excelência. Temos equipamentos culturais de várias áreas mas faltava um da música”, disse.
Este projeto iniciou-se em 2018 e foi resultado da congregação de vontades de várias entidades.

“Atingimos o expoente máximo de valorização da catedral ao conseguir inaugurar este órgão de tubos. Mesmo agora, na eucaristia, tivemos a presença de pessoas do outro lado da fronteira. Esta catedral será vista de outra forma pelas pessoas do lado espanhol. Esta vertente transfronteiriça que aqui é vertido através deste grande equipamento será tanto maior quanto as pessoas que conseguirmos cativar e trazer aos concertos que aqui tiverem lugar e também naquilo que tiver a ver com a valorização do conservatório de música e dança de Bragança, também associado a este projeto. Vai ser uma marca importante na cidade e na região”, sublinhou o autarca.
A Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, espera, agora, que se crie um movimento também de âmbito cultural.

“É fundamental pensarmos nestes órgãos como recursos culturais. Há uma dimensão litúrgica e sacra mas, ao mesmo tempo, são recursos culturais. O norte do país está a ficar com um conjunto enorme de órgãos restaurados e, em alguns casos, estão a motivar festivais e ciclos de música em algumas cidades. O ideal é que se estruturem em rede de maneira a tirar partido do que são os investimentos nestes lugares. O que me têm dito é que é um órgão excecional”, concluiu.

Monsenhor Agostinho Borges, responsável pela igreja de Santo António dos Portugueses em Roma e uma das pessoas que mais percebe deste tipo de instrumentos, frisou que o órgão de Bragança “prima pela qualidade”.

“Ao nível de qualidade, está ao nível do melhor do país. Em termos de órgãos sinfónicos, as únicas catedrais do país que os têm são Vila Real e, agora, Bragança. Precisamente o Norte Interior, mais pobre e com menos recursos, mas que apostou na qualidade”, explicou.

Nesta caso particular, trata-se de um órgão sinfónico. “Sinfónico porque se pode fazer deste órgão como se fosse uma orquestra. Tem uns teclados maiores, com 61 notas, uma pedaleira com 32, e estão preparados para ter esta abertura. Está aberto a todo o tipo de composição.

Foi feito um estudo do ambiente, para que tivesse resultado neste espaço. O construtor, Zenin, tem nome na história, deu garantias de sucesso e qualidade”, explicou.

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