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Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa “A propósito dos 25 anos da Peregrinação Nacional dos Acólitos”

Publicado por CEP em Sex, 2021-04-16 14:39

1. Ao comemorar-se o vigésimo quinto aniversário da Peregrinação Nacional dos Acólitos, saudamos todos os acólitos e acólitas das nossas Dioceses portuguesas e agradecemos- lhes o dom do inestimável serviço ao altar da Eucaristia e à comunidade cristã. Renovamos o sentido da sua missão, como publicámos nos Desafios pastorais da pandemia à Igreja em Portugal: «Todos os serviços e ministérios na Igreja, tanto os existentes como os que possam ser criados, devem estar impregnados por um profundo dinamismo missionário, um renovado anúncio do Evangelho nas comunidades cristãs, nas famílias e na sociedade».

2. Em 1996 os acólitos do Santuário de Fátima tomaram a iniciativa de se encontrarem com acólitos de outras dioceses para realizarem uma peregrinação àquele santuário no dia 1 de maio. Passados vinte e cinco anos, os pouco mais de cem acólitos presentes na primeira peregrinação são agora mais de cinco mil. Este número reflete também a importância crescente que a pastoral de acólitos tem tido no nosso país. De imediato, a organização da Peregrinação Nacional passou para o Secretariado Nacional de Liturgia, da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, fundando-se, assim, o Serviço Nacional de Acólitos.

3. O Serviço Nacional de Acólitos tem por missão fomentar as estruturas diocesanas de pastoral para os acólitos e ser dinamizador em tudo o que se relaciona com o ministério dos Acólitos. A Peregrinação Nacional tem especial relevo na sua ação. Em contexto internacional é desejável que os serviços diocesanos e o Serviço Nacional incrementem a sua presença junto do Coetus Internationalis Ministrantium. A Peregrinação Internacional a Roma é um marco significativo da participação dos acólitos portugueses junto do Santo Padre, onde manifestam a sua fidelidade e amor à Igreja num clima de festa e comunhão.

4. O acolitado não é um mero serviço funcional, mas um ministério que abrange crianças, jovens e adultos, rapazes e raparigas, que devem ser pastoralmente acompanhados para riqueza e edificação, não apenas dos próprios, mas de toda a comunidade. Por isso se requer uma contínua e adequada preparação técnica, bíblica, litúrgica, pastoral e espiritual.

5. Muitas das vocações ao sacerdócio nasceram da dedicação de muitos rapazes ao serviço do altar como acólitos. Também as raparigas podem e devem aproveitar o dom do serviço do altar para se questionarem vocacionalmente. O serviço do altar deve, primeiramente, fazer redescobrir a primordial vocação do batismo. Haja especial cuidado da parte dos Párocos para fomentar, acarinhar, acompanhar e educar os grupos de acólitos em cada comunidade paroquial. Têm sido implementados serviços diocesanos de apoio à pastoral dos acólitos, com bons frutos.
É de valorizar os momentos de escuta de Palavra de Deus, de oração e de retiro
espiritual que muitos grupos de acólitos procuram realizar.

6. Reconhecido como patrono universal dos acólitos, o mártir São Tarcísio era um jovem romano que
muito amava a Eucaristia e seria um acólito. Acolhendo a difícil missão de
levar a Eucaristia a prisioneiros, São Tarcísio encontrou o martírio no ano 257, “ao
defender a Santíssima Eucaristia de Cristo, que uma multidão furiosa de gentios pretendia
profanar, preferiu ser apedrejado até à morte”. Aquando dos 100 anos do nascimento de
São Francisco Marto, na Peregrinação Nacional, a 1 de maio de 2009, a Conferência
Episcopal Portuguesa proclamou o santo pastorinho de Fátima como patrono dos acólitos
portugueses. São Francisco Marto, tocado pelas aparições da Virgem Maria, sentia um
ardente desejo de consolar a Jesus especialmente na Adoração Eucarística, a que chamava
de “Jesus Escondido”. Estes jovens santos são para os acólitos portugueses um exemplo
de dedicação e entrega à Eucaristia. Ambos tinham vidas transformadas pela Eucaristia e
pelo amor a Cristo. São Tarcísio, determinado no serviço e no levar Jesus aos que mais
d’Ele necessitavam, São Francisco Marto, contemplativo da Eucaristia e diligente na
caridade para com outras crianças pobres. A breve vida de cada um deles é testemunho
de como os acólitos, crianças, jovens e adultos devem alimentar a sua vida de serviço ao
altar da Eucaristia como fonte e meta do seu ministério e do seu quotidiano.

7. Desde há alguns anos que os acólitos assumiram uma oração que surge como compromisso e programa de vida eucarística. Reconhecendo a importância dos acólitos em cada uma das suas comunidades e da estima por nós nutrida por cada um, queremo- nos associar a essa oração pedindo a bênção de Deus para cada acólito e cada acólita, e que a Virgem Santa Maria, a primeira a acompanhar e a servir o Senhor Jesus, estenda o seu olhar maternal sobre eles, e juntamente com São Tarcísio e São Francisco Marto os fortifique e anime na fé e na entrega ao serviço de “Jesus Escondido”.
Senhor Jesus Cristo, sempre vivo e presente connosco,
tornai-me digno de Vos servir no altar da Eucaristia,
onde se renova o sacrifício da Cruz e Vos ofereceis por todos os homens.
Vós que quereis ser para cada um o amigo e o sustentáculo no caminho da vida, concedei-me uma fé humilde e forte, alegre e generosa,
pronta para Vos testemunhar e servir.

E porque me chamaste ao vosso serviço, permiti que Vos procure e Vos encontre, e pelo Sacramento do vosso Corpo e Sangue, permaneça unido a Vós para sempre. Amém.

Fátima, 15 de abril de 2021

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