"O mês de janeiro de 2021 foi o momento mais difícil de gerir"

Cumpre-se esta sexta-feira, 12 de março, um ano desde a deteção do primeiro caso do novo coronavírus no distrito de Bragança. Tratou-se de um homem, natural de Mirandela, que acabou por recuperar. A primeira morte no distrito foi registada a 28 de março de 2020, de um homem de 72 anos, natural de Mirandela mas residente em Bragança. Ao longo de 12 meses, a equipa distrital de Saúde Pública manteve-se em atividade constante. Ao Mensageiro, a responsável por aquele serviço, Dra. Inácia Rosa, explica como se viveu este ano, em que já se perderam 342 vidas para a pandemia.

Mensageiro de Bragança: Que balanço faz destes 12 meses de pandemia no Nordeste Transmontano?
Dra. Inácia Rosa: Estes foram 12 meses de incerteza/ameaça/perigo/fadiga e muito esforço e empenhamento por parte de toda a equipa da Unidade de Saúde Pública onde todos os colaboradores tentavam dar resposta atempada a todos os casos de forma a cumprirmos o nosso objetivo, que é isolar os contactos e cortar a cadeia de transmissão. Tivemos o apoio incondicional de todo o Conselho de Administração [da ULS do Nordeste], quer em meios humanos quer materiais, o que muito contribuiu para o nosso objetivo.

MB.: Qual foi, no seu entender, o momento mais difícil/complicado de gerir?
IR.: O momento mais difícil de gerir foi o mês de janeiro de 2021, em que tivemos a mais grave situação epidemiológica no distrito desde o início da pandemia. Neste mês tivemos números recorde de casos, chegamos a ter 300 casos por dia. E é nestes momentos que se vê o que é uma equipa motivada, unida e com capacidade de adaptação, para conseguirmos dar resposta no mesmo dia a todos os casos, que foi o que aconteceu.
Foi o mês com maior número de casos, de mais óbitos, mais surtos e mais incerteza do que é que seria o dia a seguir.

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