“Quero continuar a evoluir e adquirir conhecimentos, para estar preparado para qualquer desafio.”
João Diegues, aos 22 anos, faz parte da equipa técnica do Grupo Desportivo de Bragança, como treinador de guarda-redes. Na sua época de estreia, num contexto sénior, conseguiu deixar sinais positivos. Conheça melhor, nesta entrevista ao Mensageiro de Bragança, o caminho de um jovem que criou oportunidade na adversidade.
MdB - Podes contar-nos um pouco do seu percurso até aqui?
JD - Desde já, quero agradecer o convite para poder falar um pouco do meu trabalho. Bom, o meu percurso desde cedo que está ligado ao futebol. Muito resumidamente, comecei a jogar e a defender, com 8 anos, na Escola Crescer, onde estive até os 13 anos. Seguiu-se o GD Bragança, depois o SC Braga por 3 temporadas, Naval 1.º De Maio, Rio Ave, SC Mirandela e, por fim, o GD Bragança, na época passada. Esta última, uma época em que me fui preparando psicologicamente para aquele que seria o final precoce da minha carreira como jogador. Na área do treino, esta caminhada começou há 3 anos, quando decidi tirar o Nível 1 de Treinador (neste momento já estou a tirar o Nível 2). Sempre tive uma enorme paixão pelo treino, em geral, e pelo treino de guarda-redes. Sempre foi algo que tencionava vir a fazer no futuro, mas com a minha lesão, comecei a sentir que esse momento podia chegar mais cedo do que planeava. Comecei a dar os primeiros passos no treino a época passada, no GDB, com o mister Fernando Silva nos sub-19, onde fui seu adjunto, e era também Treinador de guarda-redes dos escalões sub-11, sub-13 e sub-15. Esta época, em dezembro, surgiu a oportunidade dos seniores do GDB, graças ao convite do Rafael Nascimento, que foi uma experiência que embora com um final triste, foi muito enriquecedora.
MdB - Abandonaste a carreira de futebolista muito cedo devido a lesão. Como foi tomar essa difícil decisão?
JD - Foi uma decisão muito ponderada, não foi do dia para a noite. Sendo assim, tive tempo para me mentalizar da situação. Esta minha lesão remete ao ano de 2015 e desde aí, foi uma luta diária. As minhas últimas 3 épocas a jogar foram muito frustrantes, devido às dores, sentia que não conseguia chegar ao meu melhor nível. Tentei continuar a jogar até ao limite, mas quando chegou ao ponto em que, aos 20 anos, depois de um treino, não conseguia conduzir com a mão esquerda, percebia que tinha que terminar. Foi duro, uma decisão difícil, mas foi a acertada.
MdB - Esta época trabalhaste com três guarda-redes que somaram minutos no Campeonato de Portugal com exibições elogiadas. Este é o reflexo do trabalho realizado no treino?
JD - É o reflexo do trabalho realizado, pelos 4, durante a semana. Era um excelente grupo de guarda-redes, todos em fases distintas das suas carreiras, mas todos com muita qualidade e vontade de melhorar e evoluir o seu jogo, o que leva a uma superação diária. Eles encararam cada sessão de treino com muito rigor, sem facilitar 1 segundo, e quando é assim e há qualidade, os resultados aparecem.
