A opinião de ...

A Constituição e as Eleições Legislativas: o arriscar o direito à vida por um voto

NOTA PRÉVIA:
Na impossibilidade técnica de colocar a “bolinha vermelha”, aviso que este texto pode escandalizar os leitores mais sensíveis, sobretudo os indefetíveis e mais devotados “constitucionaleiros”, da nossa praça, alguns deles precisarem de volta à escola para aprenderem a ler e compreender o português.
Neste nosso cantinho da Europa, o grande recordista mundial de reguilas e passa culpas por metro quadrado, (bolas, nalguma coisa havíamos de ser os primeiros!), para que a culpa não morra solteira, hoje eu caso com ela e, com o resto, cada um que se amanhe como quiser e puder.
Como se ainda não chegassem os problemas gravíssimos que nos assolam, por uma questãozeca de lana caprina, puseram o país suspenso dum parecer que a incompetência das nulidades incontáveis que gravitam à volta da mesa do orçamento enviou à Procuradoria Geral da República, só para saberem se o ir votar é seguro e se o direito ao voto é mais importante que o direito à vida!
Para eles, duas palavras apenas: Santa ignorância!
Passam os dias, abrem-se portas a todas as suspeitas e especulações, e de resposta, nada.
Estrategicamente, só teremos notícias quando for julgado oportuno, e através de um arrazoado estéril maior que um dicionário, com centenas de considerandos e citações, maçudo, difícil de ler e ainda mais de compreender, como tantos outros que ninguém consegue ler até ao fim, fugindo a uma informação bem sustentada, sucinta, clara e pragmática, idêntica à que abaixo se refere, dizendo em duas palavras o que, neste caso, é mais que óbvio:
“Porque estes assuntos não são da esfera de ação da PGR, somos a informar que se enganaram no número da porta, e, porque é ao governo que compete garantir todas as condições para que o ato eleitoral possa decorrer em total segurança, deverá o mesmo agir em conformidade”.
Entretanto, deixemos que, felizes por exibirem as suas vaidades, nesta espécie de “big brother” da política, os políticos continuem a divertir-se disputando entre si a paternidade das intervenções mais ridículas e vazias de conteúdo, a capacidade de falar mais tempo sem dizer nada e de, em menos tempo, dizer mais asneiras.
Perante uma tal situação, reveladora desta classe habituada a correr sempre atrás do prejuízo e olhar para o seu umbigo, incapaz de prever e equacionar soluções pragmáticas e atempadas para os grandes problemas, resta a cada um de nós fazer tudo o que estiver ao seu alcance para preservamos a nossa saúde e a dos outros.
Sendo inalienável, como é, o direito à vida, não há constituição nem nada que o possa por em causa, pelo que, POR A VIDA EM RISCO POR UM VOTO, ISSO NÃO E NUNCA.

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