A opinião de ...

De Vimioso para Carção, continua azarada a estrada da maldição

Começada a construir já lá vai quase século e meio, a maldição Do troço da estrada Nº 317, entre Vimioso e Carção, continua sem fim à vista, abandonada e esquecida, sem ninguém saber para quê, porquê nem até quando, correndo sérios riscos de ficar encravada para sempre, questão já abordada neste jornal em fevereiro de 1973, no curioso artigo, intitulado “A estrada do século”, escrito por “Pena D’agua”, a seguir transcrito, que rezava assim:
“Não é poesia. Há aproximadamente 90 anos que foi projetada a Estrada Vimioso-Carção-Macedo de Cavaleiros, atual estrada Nº 317.
Há uns 80 anos fez-se um pequeno troço até à ponte sobre o rio Maçãs, que ainda existe, embora com curvas e a brita levantada, apesar da assistência, de vez em quando, dos cantoneiros.
Já vai para 13 anos que o rompimento se efetuou, desde o rio Maçãs até Carção e ainda assim se encontra num abandono quase total: no tempo de Inverno está absolutamente intransitável, cheia de covas e regos que as chuvas vão afundando.
A JAE, há poucos anos fez o troço Carção-Santulhão, aproximadamente 5 Km, que são uma boa pista e já com betuminoso. ( Mas que luxo !)
Fomos informados pelo Sr. Presidente da Câmara de Vimioso que na reunião dos presidentes das câmaras do distrito no governo civil de Bragança, tinha sido pedida a prioridade política (imagine-se !) dos melhoramentos urbanos e rurais. O nosso ilustre presidente pôs à cabeça das prioridades, bem como o Sr. presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, a conclusão da estrada Vimioso-Macedo, como naturalmente se impunha, quer pela sua necessidade de servir a parte sul do concelho, que é a mais populosa, quer para servir toda esta região com destino ao interior do país e nomeadamente com a capital do Norte. A estrada 317 será a espinha dorsal do desenvolvimento sócio-económico de Vimioso. Como se prevê para um futuro próximo a abertura da fronteira de Miranda do Douro, mais uma razão para acelerar a conclusão da “estrada do século”.
A velha aspiração do concelho têm-se vindo a esfumar… e a desilusão vai abrindo brechas. As promessas transformam-se em espinhos de amargura e a “estrada do século” continua à espera de uma decisão e de uma efetivação urgente. (E continua ainda hoje !)
Concluída esta estrada, pode o Governo contar com a gratidão deste concelho e até da região. Estamos cansados de promessas. Esperamos que justiça nos seja feita pelo Governo que tem envidado os melhores esforços para servir equitativamente o país e tornar Portugal mais prospero e unido em defesa do património sagrado da Pátria “una e indivisível”.
“Mutatis mutandis”, este último parágrafo diz tudo.
Porque ainda resta pano para mangas , voltaremos a calcorrear esta estrada.

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3928

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