A opinião de ...

Apesar do muito que se disse e escreveu sobre os “festejos”” do Sporting para celebrar a conquista do campeonato nacional de futebol, agora que a poeira tende a assentar, o país tem necessariamente de parar para refletir e, duma maneira fria, séria e desapaixonada, descortinar porque é que o país, em vez de assistir ao que deveria ser uma festa, foi confrontado com uma gigantesca e perigosa demonstração coletiva de insanidade mental e, depois, a todos os níveis, fazer um diagnóstico urgente e rigoroso e aplicar a necessária e adequada terapia.
Perante o autêntico caos e o descalabro irracional, verificado antes, durante e depois do jogo, capaz de potenciar sérios riscos para a saúde pública, falando em linguagem futebolística, a todos aqueles que, pelo que fizeram, pelo que não fizeram ou impediram que se fizesse, muito especialmente para os que se demitiram das responsabilidades inerentes aos altos cargos que ocupam, “cartão vermelho direto”, nomeadamente para:
1 – O Presidente da República por acumulação de amarelos. Tardou a reagir e, para dizer o que disse, mais lhe valera estar calado, porque, ao contrário do quis fazer-nos acreditar, o que se passou naquela lamentável “festa” do Sporting, em vez de ser uma lição, pura e simplesmente, foi uma vergonha nacional e um grave e criminoso atentado à saúde pública, cometido em plena pandemia que, como ele deve saber muito bem, é condenável em termos políticos e morais, e igualmente imputável, quer seja cometido por ação ou por omissão;
2– O 1ª Ministro pela leviandade como encarou a gravidade da situação e pela maneira hilariante como depois tentou justificar-se;
3 – O Presidente da A. R. pela publicidade dada à sua “gravata verde”;
4– O Ministro da Administração Interna, o tal “excelente” ministro por mais este fiasco, a juntar aos muitos colecionados nos últimos tempos;
5– O secretário de Estado dos Desportos que, pelo ridículo das explicações que tentou inventar, com toda a certeza que nem se apercebeu de quanto ganharia se estivesse no seu canto, quieto, calado e bem sossegadinho;
6– O Presidente da Câmara de Lisboa pela ideia saloia de instalar écrans gigantes para amontoar junto do estádio todos aqueles milhares de apaniguados do Sporting, sem qualquer controle ou acompanhamento, com as consequências desastrosas, facilmente previsíveis, e depois, mais ainda pela maneira oportunista, irresponsável e desonesta como, num ridículo duelo de passa culpas, chuta para canto as suas responsabilidades;
7– Todos os agentes do futebol nacional, a Liga a Federação e, muito especialmente toda a estrutura do Sporting pela maneira irracional, leviana e negligente como lidaram com o problema criado pela sua inépcia, incompetência e irresponsabilidade;
E agora?
Agora, minha gente, agora está tuto bem, e que seja o que Deus quiser. Não há crise, estamos seguros, vai ficar tudo bem, até porque, (quem diria?!), o tal “excelente” colecionador de fiascos, já ordenou um rigoroso inquérito!
Porque a luta continua, por mim, prometo que para a semana há mais.