A opinião de ...

Na hora da despedida, sr. Ex-Primeiro Ministro, obrigado e boa viagem

screvo este texto poucos minutos depois de o Sr. Ex-1º Ministro Dr. A. Costa assumir perante o país o fim das suas funções de chefe do governo de maioria socialista e o compromisso de, durante a próxima campanha eleitoral para as legislativas, ter o recato que o bom senso e a situação do país exigem. Se o conseguirá fazer ou não, esse problema é dele.
A nós, segundo a melhor tradição transmontana, sempre que alguém se despede e vai embora, com os votos de boa viagem, cumpre-nos agradecer-lhe a maravilha de país que nos legou, capaz de ombrear com o nível de vida dos países mais desenvolvidos do mundo.
Porque a gratidão assim o exige, Sr. Dr. A. Costa, na hora da despedida, por todas as razões e mais uma, um especial muito obrigado pela rica herança que nos deixa, fruto do seu esforço hercúleo de fazer passar a ideia do muito que fez, quando foi menos que nada o que fez para:
- Evitar a degradação do Serviço Nacional de Saúde, onde as pessoas são tratadas como números de estatística, e em serviços essenciais, nos quais a vida e a morte se jogam ao minuto, para conseguir uma senha para uma consulta de rotina, têm de passar noites e madrugadas de inverno ao frio e à chuva, quantas vezes sem ter a sorte de a conseguir e para suster o crescimento exponencial do número escandaloso de pessoas sem médico de família;
- Evitar a total degradação e desprestigio em que afundou o ensino aos mais diversos níveis, com consequências devastadoras para o futuro das crianças, as grandes vítimas da anarquia instalada nas escolas públicas, sem pessoal, sem meios e sem condições de trabalho dignas;
- Evitar o descrédito da justiça, desprestigiada pela lentidão exasperante com que são resolvidos mesmo os pequenos casos de “lana caprina” e atolada na suspeita do porquê de tantas prescrições, envolvendo os milhões que se conhecem e as personalidades de que se fala;
- Ajudar a resolver o problema da habitação, cuja única memória que deixa para a história, foi a tentativa descabelada de extorquir as casas devolutas aos seus legítimos proprietários;
- Dar às forças de segurança condições humanas e materiais para o bom desempenho das suas missões e evitar a desmotivação, o desinteresse e o desprestígio patentes em todas elas;
- Aliviar o que resta da classe média do garrote de impostos que a sufoca sem dó nem piedade;
Para terminar, o agradecimento por três pequenos não, a saber:
A conclusão (!)do último troço do IP5 entre Duas Igrejas e Miranda, depois de mais de meio século de espera, (!) a construção da ponte sobre Maçãs e retificação dos sete quilómetros de estrada entre Carção e Vimioso e, a terminar, a visita (!) agendada a Vimioso, a que faltou com total desrespeito por quem o esperava, imagine-se, para assistir no Porto a um jogo de futebol.

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