Passagem de ano 2024/25, o melhor dentro do possível
Durante as duas últimas semanas deste ano prestes a findar, duma maneira totalmente aleatória em termos de idade e de condição social, perguntei a uma série de pessoas o que mais esperavam do próximo ano e se pensavam festejar a passagem de ano de 2024 para 2025.
Enquanto que, sem surpresas, um número considerável dos inquiridos, se referiu aos tradicionais e comezinhos votos de um ano novo com muita saúde, paz e alegria para todos, ainda que em menor número, outros manifestaram enormes preocupações com a evidente situação de crise, tanto interna como, e muito especialmente externa, com que, um pouco por todo o lado, se debatem as principais economias, capaz de por em risco o nosso presente, o futuro das próximas gerações e da própria humanidade, razões suficientes para questionarem o desperdício de tantos milhões em festas e folias para celebrar os primeiros minutos dum “Ano Novo” que se indicia carregado de dúvidas e de incertezas.
Numas mais abertamente do que noutras, para além dos receios referidos, é unanime em todas a critica a esta paranoia sem sentido, apenas para “dar as boas vindas a um novo ano” assim.
Pelas mesmas razões, critica-se a maneira como se esquecem a miséria e as dificuldades de muita gente, que pode estar do outro lado da rua ou paredes meias com as nossas casas e se ignora que os destinos de toda a humanidade estão nas mãos de meia dúzia de tiranos paranoicos, autênticos selvagens de ambições sem limites, que não olham a meios para atingir os seus fins e não se preocupam com as consequências devastadoras das sua loucuras, nem que para tal seja necessário invadir, arrasar e anexar países vizinhos como a Palestina, o Líbano, o Haiti, a Ucrânia, o Sudão e tantos outros, exterminar milhões de povos indefesos, sacrificar e matar à fome milhões de crianças inocentes, de mulheres e de idosos, desfazer famílias, desenraizar das suas casas e das suas terras e engrossar as vagas da emigração clandestina com milhões de homens e de mulheres, espoliados dos seus direitos, da sua dignidade e da sua condição humana.
Ainda que numa dimensão e gravidade diferentes do que se passa lá fora, num mundo globalizado como o nosso, para não sermos surpreendidos, a ninguém é permitido alhear-se do que se passa à sua volta.
Contrariando o que é costume fazer-se nas passagens de ano, em vez dos banais votos de Feliz 2025, para todos os meus desejos sinceros de que:
1 – Os responsáveis deste país abram os olhos, se deixem de fitas e, num país como o nosso, nunca confundam o possível com o ideal;
2 – Façam tudo para evitar que alastrem situações como a de uma freguesia, que eu conheço, onde 420 pessoas só sobrevivem com a refeição diária fornecida pela autarquia e pelas IPSS;
3 – Respeitem os cidadãos como pessoas com sentimentos que pensam, trabalham e sofrem e não apenas *como mais um votante nos dias de eleições.