A opinião de ...

Trampolinices, Fantochadas e Palhaçadas

Porque este tema é um manancial inesgotável, que, qual caixinha de surpresas, nos surpreende quando menos esperamos, volto às novas “classes top” que por aí proliferam como cogumelos selvagens que, se não forem desativadas, ameaçam transformar este país, durante tantos séculos considerado como um jardim à beira mar plantado, numa espécie de feudo e de colónia de quantos, à beira mar instalados, se julgam reis e senhores, que, sem decência nem vergonha, engordam sugando em proveito próprio os parcos recursos de todo um povo que nunca vendeu a sua dignidade, abdicou da sua identidade, ou entregou a alma ao diabo.
Exemplo paradigmático, a recente fase de desconfinamento com que fomos presenteados, já classificada como a estocada final para acabar com as pequenas comunidades espalhadas pelo país e com as zonas mais frágeis e deprimidas do interior, empurrando definitivamente para o abismo tudo o que não cheire a litoral e a mar.
Entretanto, nos tempos nobres das televisões, o povo continua o brigado a gramar com o gozo pegado, o sorriso cínico e hipócrita, tantas vezes mal disfarçado duma chusma incontável de trampolineiros, fantoches, e palhaços, aos quais, por mais pintados que se julguem e, quer eles gostem quer não, tem de se lhes lembrar que:
Trampolinice, é permitir que se juntem dezenas de milhares nos jogos de futebol, reabram pavilhões e salas de espetáculos, se autorizem ajuntamentos de quinhentas pessoas como na feira de artesanato de Vila do Conde, a decorrer de 24 de julho a 8 de agosto, no Algarve se aglomerem centenas de jovens em festas ilegais, se abra o país a tudo que seja estrangeiro desde que cheire a dinheiro e nas cidades, sem qualquer respeito pela saúde e bem estar dos outros sejam permitidas e incentivadas enormes concentrações incontroláveis, como aconteceu recentemente por ocasião dos festejos de alguns jogos de futebol de triste memória.
A propósito disto, lembro que no concelho de Vimioso vivem 4 154 pessoas e não se regista nenhum caso de infeção. Perceberam bem?
2- Fantochada, é a ignorância e a estupidez inqualificável como, sem qualquer respeito pela gente das nossas terras, dos seus sentimentos e das suas tradições, como se de vulgares festas em discotecas clandestinas, ordinárias, rascas e mal frequentadas se tratasse, se adiou para o início de outubro a realização das nossas festas e romarias que, todos os anos no verão, trazem de volta tantos dos nossos emigrantes para cumprir as suas promessas, matar saudades das suas terras e das suas famílias e recuperar forças para um novo ano de trabalho e de canseiras.
3- Palhaçada, é a incompetência e o desnorte de quem governa, quando, se não se entendem entre si e ninguém os entende, para quem o que ontem era preto hoje é branco e amanhã, se lhes convier, já é vermelho.
A continuar assim, meus senhores, se nada mudar rapidamente de rumo, não haverá “bazuca” que nos salve e nunca mais passaremos da cepa torta.

Edição
3844

Assinaturas MDB