A opinião de ...

Uma campanha pobre demais para ser verdade

Ao contrário do que seria espectável, quanto mais a campanha eleitoral se foi aproximando do fim, mais a imagem dos candidatos e o mérito das propostas e das suas linhas programáticas, muito semelhantes a uma compilação de anedotas vulgares e de muito mau gosto, resvalou para um atentado soez e imbecil à inteligência dos eleitores, fatores que acabaram por desacreditar e rebaixar qualidade da campanha para patamares demasiadamente baixos, impossibilitando-a de se afirmar e tornando-a totalmente incapaz de esclarecer as pessoas da importância do muito que vai estar em jogo no próximo dia dez, e muito menos de as motivar para o cumprimento do se dever de votar.
Se algumas dúvidas houvesse, opiniões frequentemente ouvidas nas ruas como “É só ruído e nunca se indicam soluções”, É sempre mais do mesmo”, “ São sempre os mesmos à procura dos seus tachos”, ”Para os jovens de hoje o futuro apresenta-se cada vez mais problemático”, consequência do desempenho negativo do governo de maioria socialista que, vítima das suas próprias debilidades e contradições internas, cedo revelou total inépcia e incapacidade para resolver os grandes problemas das pessoas e do país, condições que lhe cavaram a própria sepultura e que, mais cedo que seria de esperar, o obrigaram a demitir-se sem honra nem glória, fator que, por exclusiva culpa sua, desencadeou o atual processo eleitoral, tão inoportuno quanto desnecessário, cujo resultado final, de acordo com os números adiantados pelas sondagens, pode atirar o país para uma perigosa e indesejável crise política, de resultados imprevisíveis.
Agora, já que assim o quiseram, assim o têm, esperando-se que “os pais da criança”, desta vez, não se escondam à sombra dos seus habituais sofismas e subterfúgios para se livrarem da situação que criaram, e tenham coragem e a dignidade de assumir todas as suas responsabilidades no cartório.
Apenas para os ajudar a enveredarem pelo caminho certo, tendo vista, unicamente e só, os reais interesses de Portugal e de todos os portugueses, termino lembrando o caminho já recomendado pelo grande Eça de Queirós em finais do século dezanove, o qual, em situações muito semelhantes aquelas que estamos a viver, com inigualável poder de análise e de síntese e profundo conhecimento da mentalidade, das qualidades e dos defeitos dos homens e das mulheres do seu tempo, com a sua coragem e rara lucidez, qualidades só ao alcance dos génios e dos predestinados, dizia com todas as letras que, para acabar com todas as suspeitas e, de uma vez por todas, eliminar da vida política toda a espécie de corruptos, imbecis, incompetentes, parasitas, lambe botas e quejandos, que só se preocupam com os seus interesses, “OS POLÍTICOS E AS FRALDAS, PELAS MESMAS RAZÕES, DEVEM SER TROCADOS FREQUENTEMENTE” pelo que, no próximo dia dez, a responsabilidade está toda do lado dos votantes.

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