A opinião de ...

Somos aquilo por que(m) lutamos

Nesta crescente onda de desleixo e de imprudência, no meio de oportunismos políticos e mediáticos, vemos o raiar de uma nova ‘forma social’, de uma assunção colectiva sem memória e sem história.
De alguma maneira, parece que a história se repete. Muitas são as linhas que nos projetam os anos 20 e 30 do século passado. São tal as semelhanças entre o actual período e o período referido que me faz deixar apreensivo e assustado. Sabemos das consequências das opções dos homens daquele tempo e sabemos – talvez bem demais – da dor provocada por essas mesmíssimas opções.
Na verdade, nós somos o que faz palpitar o nosso coração; somos o que nos motiva; somos o que lutamos ou por quem lutamos; somos o que amamos!
Partindo desta premissa, apercebemo-nos, clara e distintamente, onde estão as motivações das nossas opções e acções. Quando vemos ataques declarados à moral católica como aqueles episódios das “destemidas” – série de desenhos animados transmitida pela RTP2 no programa infantil “ZigZag” – quando nos apercebemos da máquina doutrinal que está por detrás desta enodoada e inquinada narrativa ‘estórica’, compreendemos, por fim, o desafio – em tom de aviso – lançado pelo Padre Gonçalo Portocarrero de Almada: “Há que ensinar a nova geração a ser destemida na luta contra a ideologia que o nosso nacional socialismo, através do Ministério da Educação e da RTP, lhes quer impingir”.
Esta notória doutrinação ideológica do espaço público no sentido de implementar, sem reservas e sem resistências, o marxismo cultural como modelo social, deveria, de uma vez por todas, unir os católicos na defesa dos valores primeiros e fundantes da cristandade.
É chegado o tempo para denunciarmos aqueles que, obstinadamente, querem destruir o património cultural, cognitivo e ético da cultura humanista de matriz cristã, e que, sob a bandeira do progresso e do nihilismo existencial e ôntico, pretendem dividir, enfraquecer e, com isso, destruir a matriz e o filão ético-moral da cristandade.
Urge, pois, que sejamos audazes e convictos defensores da dignidade de toda a vida humana desde a sua concepção até à sua morte natural! Não somos meros seres atreitos aos desvaneios e modas dos tempos, mas seres ampliados pelo amor maior. Um amor que nos projecta a melhor cuidar da ‘casa comum’ e a melhor dignificar a pessoa humana como dom de Deus, num projecto comum de unidade e de colaboração.

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3790

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