Nordeste Transmontano

Associações perdem potencial de financiamento por desconhecimento de projetos europeus

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-12-14 11:01

A generalidade das associações da região está a deixar escapar potencial de financiamento por desconhecimento da existência de programas europeus, como o Erasmus +. O ponto da situação foi traçado na passada quinta-feira, num seminário organizado pela Associação de Ciclismo de Bragança, precisamente no âmbito de um projeto europeu de partilha de conhecimento, o I Seminário Internacional Oportunidades de Financiamento para o Desporto.

“Estes projetos ainda são pouco utilizados. Penso que por falta de conhecimento. O nosso financiamento tem sempre a ver com a federação, que financia as associações por número de atletas. No Interior, não temos os necessários para podermos ter mais comparticipação”, frisou o presidente da ACB, Miguel Monteiro.

O mesmo responsável sublinha que a ACB acaba por ser pioneira no ciclismo na utilização deste tipo de projetos.

“A Associação de Ciclismo de Bragança candidatou-se a um projeto Erasmus +, financiado pela EEA Grants, que tem consórcio com países nórdicos. Arranjámos um parceiro na Noruega. O objetivo é fazer um intercâmbio de conhecimento, fomos lá durante três dias a visitar instalações desportivas e diversos projetos que estão a decorrer. Também vieram cá ver o que estamos a fazer.

Organizámos este seminário para trazermos empresas, alunos, clubes de ciclismo e outras federações. É a primeira associação que fez um projeto de colaboração com outro país e abrirá portas para as outras associações e para a própria federação”, explicou Miguel Monteiro.

Já Pedro Correia, da Associação Desportiva Cultural e Social de Carvalhais explicou que a sua associação já implementou 23 projetos em cinco anos. “Isto é uma fonte de financiamento ainda pouco explorada na nossa região apesar de a nível europeu já ser muito usual. Neste momento, aprovam por ano 300 projetos entre três mil candidaturas submetidas. É uma fonte de financiamento bastante lucrativa porque, infelizmente, a nível nacional, ainda não temos muitos apoios. Qualquer associação tem aqui um princípio de sustentabilidade e criação de emprego”, frisou, adiantando que a sua associação tem, atualmente, oito projetos Erasmus ativosque permitem a criação de um posto de trabalho direto e sete indiretos.

Também temos uma obrigação social com a comunidade. Isso permite-nos estarmos mais perto e a custo zero e podemos financiar as pessoas que para nós trabalham”, disse.

“O seminário foi extremamente pertinente e muito oportuno porque os desafios que se colocam ao desporto são extremamente elevados”, disse Sandro Araújo, Vice-presidente da Federação de Ciclismo.

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