Nordeste Transmontano

Nunes e Capelas: política e maçonaria de braço dado

Publicado por César Rodrigues em Sáb, 2015-03-07 20:59

Para lá dos factos acabados de explicar no artigo anterior (que pode ler aqui), outros houve que, conjugados, contribuíram para a vitória de Jorge Nunes na votação na Associação Nacional de Municípios, em que participaram 78 dos mais de 80 autarcas. Desde logo, 6 presidentes de Câmara faltaram à votação, entre os quais o próprio Américo Pereira, de Vinhais. Por outro lado, alguns autarcas socialistas do interior, nomeadamente do distrito de Bragança, votaram em Jorge Nunes.  
Em segundo lugar, a primeira escolha do PSD acabou por recusar, quase em cima da meta, a sua candidatura, por razões de ordem financeira, dizem uns, por razões políticas de lealdade para com Carlos Duarte, dizem outros.
Em terceiro lugar, também teve a sua importância o empenho pessoal de José Silvano na candidatura de Jorge Nunes junto dos presidentes de Câmara do PSD no distrito de Bragança. Efetivamente, apesar de Jorge Nunes não ter pedido pessoalmente o apoio do presidente da Distrital do PSD, Hernâni Dias e Luís Afonso fizeram esse trabalho pelo ex-presidente da Câmara de Bragança.
As relações entre os dois ex-autarcas, nos dias de hoje, já não são o que foram num passado relativamente próximo, e talvez por isso Jorge Nunes não teve coragem para pedir a ajuda de José Silvano. No entanto, apesar desse aparente distanciamento de Jorge Nunes, o ex-presidente da Câmara de Mirandela pôs todo o seu empenho em levá-lo à vitória pretendida, tendo contactado todos os presidentes de Câmara do PSD no distrito de Bragança.
Esta jogada de José Silvano pode ter duas leituras políticas diferentes. Por um lado, a vitória de Jorge Nunes não deixa de ser também uma vitória do PSD do distrito de Bragança, de que José Silvano é o presidente, e uma mais-valia para o interior nordestino.
Por outro lado, alguns «olhares» mais maldosos veem esta ajuda do ex-autarca de Mirandela num quadro de menos desinteresse. É que José Silvano sonhará ser deputado na próxima legislatura. Só que a concorrência também não dorme e, nesse capítulo, Jorge Nunes podia perfeitamente ser um concorrente.
Efetivamente, José Silvano já se convenceu de que, a não acontecer nenhum cataclismo, Adão Silva será o primeiro nome do distrito a integrar a lista de deputados, seja no 1º lugar da lista, seja no 2º. Tendo em conta o fiasco dos nomes que encabeçaram as listas do PSD nas últimas duas eleições – 2009 e 2011 -, ambos vindos de fora do distrito (ainda que Francisco Viegas aqui tivesse nascido), é muito provável que Passos Coelho, que já reconheceu publicamente o erro de casting do cabeça de lista escolhido por si em 2011, não queira arriscar novamente num estranho ao distrito. E nesse caso, no distrito, o nome de Adão Silva parece imbatível depois do papel que tem vindo a desempenhar no PSD, a nível nacional, nas questões da Segurança Social.
Sendo assim e na melhor das hipóteses, José Silvano só conseguirá os seus objetivos se ele for o segundo da lista, o que será muito mais fácil de conseguir depois de Jorge Nunes se ter posto fora da corrida, ao ser eleito para a Comissão Diretiva do Programa Operacional do Norte 2020.

Henrique Capelas e o poder da maçonaria

Além do presidente da CCDRN, por inerência, e do representante dos autarcas, o terceiro elemento a fazer parte desta Comissão é o antigo diretor do Centro Hospitalar do Nordeste Transmontano, Henrique Capelas, que foi escolhido pelo próprio governo.
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