Bragança

Polícias explicaram que encontraram Giovani sozinho, de camisa aberta, sem falar, sujo, deitado na rua numa madrugada fria de dezembro

Publicado por Glória Lopes em Ter, 2021-03-23 20:37

Os dois agentes da PSP de Bragança que acionaram o socorro para Luís Giovani Rodrigues ser transportado para Urgência do Hospital da cidade explicaram esta terça-feira no julgamento que encontraram o estudante cabo-verdiano deitado numa rampa de acesso a uma loja na Avenida da Sá Carneiro, na madruga de 21 de dezembro de 2019, depois de terem sido alertados para essa situação por um casal que passava no local.
O jovem estava sozinho, não falava, tinha a camisa aberta, não tinha casaco, as calças estavam sujas de vomitado e apresentava um forte odor a álcool e tinha uma escoriação na testa. Um dos polícias disse que na altura associou aquele estado “uma noite de copos”. Os agentes contaram que o jovem de 21 anos estava muito distante do local onde terá ocorrido uma rixa entre várias pessoas, ao lado das escadas junto à Torralta, numa rampa de acesso a uma loja, com a cabeça num canteiro. O agente Vítor Pires recordou que ligou três vezes para o 112 para pedir uma ambulância e que enquanto aguardavam chegaram mais dois ou três jovens, já não se recorda exatamente do número, que seriam os amigos de Giovani.
Esta terça-feira terminou de depor um dos três ofendidos, Valdo Andrade, que durante as sessões em que falou não soube explicar como se perderam do amigo Giovani na Avenida Sá Carneiro. Ao longo do julgamento os depoimentos das três testemunhas de acusação apresentaram algumas contradições, o que para Américo Pereira, advogado de um dos arguidos no processo, dificulta a produção da prova em sede de julgamento. “Os juízes têm feito esforço enorme para saber onde foi agredido ou ofendido o falecido Giovani, mas tem sido difícil, porque os queixosos apresentam muitas contradições. E são aspetos importantíssimos. Entendo que não é bom para que o tribunal possa aferir quem são os responsáveis, se os houver. Há contradição relativamente ao número de pessoas que os agrediram, em relação aos locais e à forma como a ação se desenvolveu. Claro que havia muito álcool à mistura ”, explicou Américo Pereira.

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