A opinião de ...

Não há Limites para o Ridículo

Por pertencer a uma família de professores, e porque, desde a escola primária à universidade, muitas das minhas referências morais foram Senhores e Senhoras que abraçaram a Nobre Profissão, custa-me aceitar a vulgaridade brejeira de certos professores, exibida nas redes sociais, dando uma má imagem da classe que (não sei como!) representam.
A figura em causa, uma professora que exerce a docência em Bragança, pertencente à faixa etária daqueles que deviam ter juízo, é (julgo) conterrânea do ilustre escritor, poeta, jornalista e diplomata Guerra Junqueiro. O repugnante caso, que me chegou ao conhecimento através duma pessoa amiga – não fui tocado pelo “chamamento” dos “feices” -, é revelador do vazio mental e do perfil psicológico da protagonista.
Enquanto pai e cidadão, tenho a obrigação cívica e moral de denunciar a falta de pudor e de recato de quem a eles se obriga, não posso deixar de reproduzir aqui dois ou três exemplos demonstrativos do nível da conversa desta “professora”, no Facebook, cujos interlocutores são, muitos deles, seus alunos, ou seja, crianças.
No seu indisfarçável narcisismo, esta figura provoca as “amigas” da seguinte forma:
- “… Escusais de estar com coisas, porque não estais tão boas como eu, ovistes menina Soraia Vanessa e Cátia Solange” (nomes fictícios).
- “… Óscares, resmas, paletes de gajos atrás de mim”.
Na conotação sexual quim – barreiriana dada à vara, utensílio usado para, entre outras coisas, guiar o gado vacum ou varejar as oliveiras, a dita senhora, exibindo-a em fotografia “postada” na publicação, a dado momento, e tendo em conta o contexto bucólico, refere:
- “… Gostavas de ter um deste comprimento, não?” “
- “… Cada um agarra-se ao que pode”.
Tendo, supostamente, na sequência da conversa, alimentada pela “professora”, um dos “amigos” sugerido, em tom provocatório, que eliminasse os pêlos do corpo (dando a entender que, na sequência do confinamento Covid, estaríamos perante um “matagal”), esta responde:
- “… Eu dizia-te quem é que precisa de fazer a depilação e onde”.
Concordarão comigo que esta postura, a que ninguém pode ficar indiferente, nos faz interrogar: a quem entregamos, afinal, os nossos filhos?! Que autoridade moral tem esta gente, no contexto da sala de aula, para exigir respeito e educação aos alunos?! Os pais dos alunos desta professora não ficam incomodados?!
Sim, porque tal comportamento só pode ser aceitável em alguém que leccione no “Agrupamento de Escolas do Mercado do Bolhão” -, sem desprimor, é claro, para a “instituição” e por quem honestamente lá trabalha.
Inacreditável, dirão aqueles que, como eu, se habituaram à ideia de que os professores devem estar acima de qualquer suspeita; que devem ocupar, pelo exemplo e influência que exercem sobre os alunos, ajudando-os, como fonte de valores morais, a formar a sua própria consciência, uma posição senatorial na sociedade. E embora haja, infelizmente, muita gente nesta profissão que, não resistindo ao apelo dos “laikes”, se comporta como a professora freixenista (?), vamos acreditar que, à falta dum puxão de orelhas dado superiormente a quem perdeu a noção do ridículo, a sociedade o fará.
Da parte que me toca, julgo ter suscitado a reflexão.

Edição
3784

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