A opinião de ...

50 anos de «Abril»: Balanço político e social. II.II.10. Educação Física e Desporto

A Educação Física e o Desporto estão entre as áreas que mais evoluíram na III República (≥1974). O crescimento da sua prática evidencia lenta modernização do país.

Embora devam ter finalidades e actividades distintas e, por vezes, opostas, evoluíram ambas, muito e bem, melhorando imenso a saúde física dos portugueses, no caso da Educação Física, e as performances e resultados desportivos do País, dos clubes e de associações em competições internacionais, no caso do Desporto.

Embora andem associados, a Educação Física é imprescindível ao Desporto, em doses tanto mais elevadas quanto mais elevado for o nível de competição. Já o Desporto é absolutamente desnecessário à Educação Física porque aquele não se destina a promover a saúde mas sim a competição, muitíssimas vezes em doses prejudiciais à saúde. Basta ver a imensidão de criaturas que ultrapassam os valores normais do ritmo cardíaco em treino e em competição e que pagam, depois, bem caro, o esforço inadequado que andaram a fazer.

O Teste de Cooper, um teste simples, dar-nos-á as capacidades de cada um pela medida do tempo de recuperação de um esforço forte em um minuto, medindo imediatamente a seguir as pulsações e voltando a medi-las um minuto depois. Se o ritmo cardíaco não diminuir em pelo menos 30 por pulsações por minuto, alguma coisa está mal e é necessário consultar um médico se o problema persistir.

Em Portugal, fizeram-se imensos espaços de lazer e de exercício físico. Regra geral, estão ligados à fruição de um ambiente verde, saudável e respirável. Também se fizeram imensos recintos polidesportivos, cobertos e descobertos, onde se pode praticar alguma educação física e muito desporto, bem como centenas de campos relvados de futebol e muitas estruturas de outros desportos. Todos evoluíram muito.

Foi em modalidades como o futebol de 11 e de cinco, o atletismo e o hóquei em patins, este em salão, que Portugal atingiu o maior esplendor competitivo ombreando e, até, ultrapassando, países com a mesma dimensão populacional. Mas também nas outras modalidades houve muitos sucessos: voleibol de praia, voleibol, masculino e feminino, andebol, canoagem, natação, esgrima, equitação, judo, basquetebol. Nenhuma delas se compara aos êxitos do hóquei em patins mas o futebol de 11 deu-nos imensas alegrias, tanto em termos de competição entre países como entre clubes. No atletismo, não sendo nós uma potência, europeia ou mundial, conseguimos medalhas de ouro, de prata e de bronze que ilustram um país em evolução. O mesmo na canoagem, na natação, no judo e, até, no atletismo de velocidade, de saltos e de barreiras.

O país evoluiu porque as infraestruturas e os sistemas de apoio às associações, aos clubes e aos atletas evoluíram imenso. Em 1974, nem os campos de futebol da I Liga eram todos relvados. Agora, até os da IV Liga o são. Não havia uma única pista de atletismo em tartan. Hoje, há pelo menos 8 e já foram alienadas pelo menos duas (Alvalade e Antas). O mesmo para as outras modalidades ditas amadoras. Parabéns! Há que continuar a melhorar.

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