A opinião de ...

O Butelo e as Casulas Marca(m) Bragança

Depois de uma interessante campanha de promoção, terminou, no passado domingo, a Semana Gastronómica do Butelo e das Casulas que incluiu mais uma edição do Festival com o mesmo nome.
Não obstante estar ainda numa fase de crescimento e consequente desenvolvimento e afirmação, este evento gastronómico, sustentado na promoção e degustação do Butelo e das Casulas, está tornar-se um pólo gerador de motivos de interesse, sobretudo para quem não conhece estas iguarias singulares da terra fria do nordeste transmontano.
Como se tornou hábito dizer-se, o caminho faz-se, caminhando. Por isso, tudo tem o seu tempo, em função dos objetivos a alcançar. Até o fumeiro para ser degustado exige o tempo de cura mais adequado.
Determinante, é ter iniciativa, empreender, fazer, intervir, conseguir. Pior do que ter falhado, é nunca ter tentado. E só é merecedor de críticas quem se esforça por fazer alguma coisa. Aqueles que nada fazem, nada empreendem, mas se assumem, tantas vezes, como críticos ferozes e implacáveis, como sendo senhores e donos da razão, mas inibidos na ação, NUNCA erram. Pois não. Lá isso, não, evidentemente.
No que toca ao butelo e às casulas, sou peremptório em afirmar que tem vindo a ser levada por diante uma boa campanha de divulgação e promoção destes dois produtos que, há meia dezena de anos atrás, se não estavam perdidos, estavam, pelo menos, muito esquecidos.
Com o surgimento, em Bragança, da Confraria do Butelo e da Casula tudo se alterou, de forma positiva e construtiva, em todos os concelhos da terra fria, onde estes dois produtos faziam, e fazem, parte da tradição gastronómica de inverno.
Em boa hora, pois, a Câmara Municipal de Bragança decidiu dar seguimento à ideia e dedicar-lhe uma promoção objetivamente sustentada. Poderia, até, ter sido um outro município a fazê-lo, mas foi o da capital nordestina, Não tenho problema algum em afirmar que, tendo em conta o contexto, a Câmara de Bragança, tem vindo a desempenhar um papel importante neste processo promocional do butelo e das casulas, potenciando, paralelamente, outros setores de atividade, sobretudo ao nível turístico, cultural e comercial.
Se repararmos, por exemplo, que, há poucos anos, o kg das casulas rondava os 03.00 Euros, e quase não se vendiam, e que, este ano, se comercializam a 10.00 Euros e quase não se encontram, não deixaremos de tirar conclusões positivas, diretas e indiretas.
Por outro, não pode ser esquecida a mediatização que, sustentada no butelo e nas casulas, leva o nome da cidade e da região por esse país e mundo fora.
Interessa, agora, dar continuidade à louvável iniciativa, apoiando a ideia e o certame. O caminho está aberto. Os empresários do setor produtivo e da restauração têm, neste domínio, um papel relevante. A sua capacidade empreendedora e veia promotora também se devem fazer sentir, aproveitando o que, de boa fé e com esforço, tem vindo a ser realizado. Nunca é salutar ficar à espera que os outros e as instituições façam tudo. É determinante para o sucesso, contribuir, com espírito sadio e construtivo, para o bem comum.
Se assim for, o butelo e as casulas, que já marcam Bragança, podem, muito bem, continuar a potenciar a Marca Bragança, já que se trata de uma iguaria singular, pura e genuína, que reunirá condições para poder vir a ser candidata a um futuro concurso das maravilhas da gastronomia nacional. Até porque é impar a nível mundial.
E nunca deve ser esquecido o papel promocional que a Confraria do Butelo e das Casulas desenvolve ao longo de todo o ano, quer no país, quer fora dele.

Edição
3513

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