Novos Horizontes
1. Horizonte 2020
1. Horizonte 2020
Conheci pessoalmente Fortunato Frederico há quinze anos. Homem simples, de trato afável, poucas palavras mas para cujas perguntas, aparentemente ingénuas e superficiais, não era fácil encontrar respostas. Era um homem muito considerado pelos seus pares que o têm reconduzido sucessivamente à frente da APICCAPS.
Não me é fácil comentar os resultados eleitorais do passado dia 29 de Setembro. Um amigo meu estranhava esta minha incapacidade e aduzia duas razões: integrei uma lista e uma equipa que obteve a maioria absoluta dos votos e foram validadas as teses que publicamente defendi. É verdade, mas não é tudo! Apesar da representatividade adicional que o número superior de eleitos confere à Assembleia Municipal, a verdadeira disputa eleitoral faz-se à volta das candidaturas para a Câmara Municipal e para as Juntas de Freguesia.
Pode haver quem defenda que as ações ou propostas serão boas ou más segundo quem as pratica ou propõe. Não partilho tal opinião. Embora elaborada e aprovada com os votos maioritários da Assembleia da República, a lei de limitação de mandatos é uma má lei.
Má porque limita as opções dos eleitores sendo portanto uma contribuição negativa para uma sociedade mais democrática.
Má porque prejudica de forma diferente o litoral e o interior, sendo mais penalizante para este último tal como já defendi em tempos.
Leio atentamente o texto do Ernesto Rodrigues na última edição do Mensageiro e assaltam-me recordações quase cinquentenárias. Ia quente 1975 sobretudo o verão, em brasa. Começava a praga dos incêndios florestais e experimentava-se a chaga do radicalismo político. Tal como ele também eu deveria ter entrado nesse ano para a Universidade mas a “obrigatoriedade” de passar pelos “Cívicos” levou-me de volta a Bragança e a acampar no S. João de Brito que eu conhecia de outras andanças. Quase irreconhecível o velho edifício amarelo ocupado por uma quinta divisão em funções de alfabetização.
Diz-se o Sr. Eng.º Aires Ferreira leitor habitual das minhas crónicas. Saberá então que nunca deixei de criticar quem entendo criticável seja do governo, seja da oposição, independentemente do partido a que pertençam. O facto de nunca ter tido nem almejar qualquer carreira política, dá-me essa liberdade que eu prezo e uso!
António José Seguro, falhadas as “negociações” com os partidos da maioria, regressou à estrada na sua interrompida campanha autárquica. Que na prática mais não é que a campanha de oposição ao governo garantindo que governar não é um jogo de cadeiras mas indicando a seguir que deveria ser antes um jogo de palavras. Como se o mais importante para Portugal e os portugueses em vez de uma inflexão nas políticas de austeridade fosse o significado que a palavra irrevogável possa ter.