A opinião de ...

Os lares de idosos, o último recurso

Diariamente os órgãos de Comunicação Social relatam a situação actual e a evolução do Covid 19. Nestes números sobressaem os lares de idosos que, infelizmente, são os mais fustigados, à vezes de forma injusta.
Em Vila Real, conhecemos só o Lar de Nossa Senhora das Dores, onde estava instalada a minha irmã Manuela Lisboa. Devo dizer que o carinho e a atenção aos utentes eram de impressionar. Infelizmente foi o lar mais atingido da cidade pela pandemia mas esta foi para lá transportada como aliás acontece de uma maneira geral pelo contacto humano.
Poderia, mas seria injusto, não prestar a minha homenagem a quem trabalha no referido lar, apesar da Manuela Lisboa ter sido uma das vítimas da pandemia. Estava escrito.
Ainda, e dentro desta problemática dos Lares de Idosos, achamos que o governo através dos seus “Órgãos Competentes”, deveria analisar os casos em que os idosos que possuem mobilidade própria e mantenham a sua autonomia no conforto da sua residência, sejam ajudadas as famílias a que pertencem e que poderia situar-se em 1000 Euros por mês. Esta verba poderia auxiliar a sua manutenção em casa, o que iria aliviar os lares que têm como primeira missão ajudar os incapacitados ou acamados que têm como último recurso o direito à vida como seres humanos.
É evidente, que o acima proposto, poderia com uma simples estrutura a nível de freguesia criar uma equipa multidisciplinar que avaliasse e reconhecesse este tipo de situação, diminuindo o excesso de utentes que normalmente acontece nos lares e instituições.
Nós vamos ser os novos idosos, com acesso à Internet, com computador e outras facilidades proporcionadas pela evolução tecnológica.
Deste modo, a “Nova Terceira Idade” precisa de um novo paradigma que lhe dê condições para estar sempre ligado ao mundo vivo.
Um idoso, no seu seio familiar, mantém a relação intergeracional dos avós com os netos, evitando-se assim um abandono e uma solidão que apressa a sua morte.
Temos pena de não termos os meios para podermos dar uma volta a todas estas situações, mas para nós os idosos nos lares não estão abandonados. Há que mantê-los vivos, visitando-os sempre que possível porque o coração deles não morre. Está vivo até à eternidade.

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