Centro de Apoio Berço Feliz “é um aconchego” para muitas imigrantes
Muitas imigrantes encontram na Associação Entre Famílias, em Bragança, apoio moral e um ponto de encontro solidário quando chegam à cidade. Esta é a visão de Palmira Paradinha, uma angolana de 42 anos, casada com um brigantino e a viver há pouco mais de um ano nesta cidade transmontana. Mais do que ajuda, através da entrega de cabazes de bens alimentares, esta mulher destaca o apoio moral. “Não é fácil chegar a um país estrangeiro e começar, sem ter nenhuma retaguarda familiar. Na Entre Famílias encontro o apoio de todos. Têm uma assistente social que nos ajuda a tratar dos assuntos na Segurança Social, também recebemos um cabaz de alimentos mensal. É uma ajuda. Todas as quartas-feiras temos formação”, explicou Palmira que tem dois filhos adolescentes e um bebé de seis meses já nascido em Bragança. “O apoio moral é o mais importante. Quando engravidei deram-me muito acompanhamento sobre o parto. Também me deram muito apoio quando nasceu o meu filho. Fui operada há pouco tempo e iam ao hospital ver como eu estava e para saber se precisava de algo”, acrescentou Palmira.
A Associação Entre Famílias já realizou 5117 atendimentos, doou 12750 unidades alimentares, 5257 bens de puericultura, 5072 peças de vestuário e calçado, 66 enxovais, 11 botijas de gás e utensílios domésticos, desde setembro de 2021, quando foi criado o o Centro de Apoio à Vida (CAV) Berço Feliz.
Também Pamela Ribeiro, brasileira, empregada num hotel, tem uma relação de proximidade com a Entre Famílias desde outubro. “Eu vim para Bragança em junho. Tenho dois filhos, de um e três anos, e da associação recebo muito apoio psicológico, um cabaz de alimentos mensais e roupas para as crianças”, descreveu Pamela que veio para trabalhar. “Uma colega comentou comigo que existia essa associação, eu nessa altura estava desempregada e precisava de ajuda para encontrar trabalho, bem como de roupas porque estava chegando o inverno”, acrescentou.
Apesar da integração em Bragança ter sido fácil para Pamela, admite que a ajuda da associação “foi fundamental”.
O centro com capacidade para apoiar 50 grávidas ou mães puérperas que se encontrem em situação de vulnerabilidade socioeconómica e/ou fragilidade emocional, é a única resposta deste tipo no distrito. Segundo a instituição os pedidos de apoio têm aumentado nos últimos meses. “Em trabalho de equipa, e comprometidos com a nossa Missão, colocamo-nos, com profissionalismo e saber, ao total serviço de grávidas, mães e suas famílias, sempre numa relação empática, dedicada e empenhada”, referem numa nota.
No passado dia 13 de dezembro a Entre Famílias realizou a Festa de Natal, onde estiveram presentes utentes, grávidas e mães com bebés, e suas famílias, colaboradoras, direção da associação, associados, e entidades de referência local (CMB, CDSS, UFSSMM).
Nesta quadra de Natal foram distribuídos presentes às crianças e oferta de enxoval a uma mãe grávida, bem como ao momento musical com a participação de todos os presentes. Foram doados 31 presentes e cabazes de Natal, um enxoval, mas vão ainda dar mais 27 presentes e 15 cabazes.
