INEM e hospital asseguram ter cumprido protocolo na assistência da vítima mortal de acidente de mota
É a resposta daquelas entidades a alguns relatos de indignação colocando em causa a necessidade de ligar para o 112 quando o acidente aconteceu a escassos metros do hospital local.
Um automobilista que passou no local onde tinha acabado de acontecer o acidente, que, na madrugada da passada quarta-feira, vitimou Rafael Santos, de 26 anos, em Mirandela, está revoltado porque não entende como não foi prestada rapidamente a assistência à vítima pelos profissionais de saúde do hospital, a escassos metros do local do acidente, em vez do procedimento habitual, via 112, que demora sempre mais algum tempo. “Estou indignado, porque uma pessoa que tem um acidente a 200 metros de um hospital e ter de esperar que venha o INEM para ser socorrido, não acho correto”, diz Viriato Madureira.
“Enquanto se ligou para o 112 a pedir socorro para a vítima, acho que era melhor ir ao hospital dar conhecimento aos médicos da urgência e irem em socorro. Não quero dizer com isto que o desfecho não fosse o mesmo, mas ao menos tentava-se mais cedo”, acrescenta.
Confrontados com estes argumentos, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), entidade responsável pela emergência pré-hospitalar, e a Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE), que gere os hospitais do distrito de Bragança, ambos afirmam que o procedimento, neste caso concreto, foi o correto.
Em resposta escrita à nossa redação, a ULSNE começa por dizer que, “dentro do perímetro hospitalar todos os cuidados são da responsabilidade dos respetivos serviços de urgência”, mas afirma que os meios intra-hospitalares “não estão preparados nem vocacionados para prestar cuidados em ambiente extra-hospitalar.
Esses cuidados de excelência são efetuados pelas equipas de emergência pré-hospitalar”, adianta a nota
Todos os cuidados prestados fora do perímetro hospitalar “devem ser coordenados pelo sistema Integrado de emergência médica, após a deteção e uma vez dado o alerta através do número de telefone de emergência 112”, disponibilizando a ULSNE “após acionamento, os seus meios pré-hospitalares”, no caso concreto de Mirandela, a ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida), explica a entidade que gere os serviços de urgência na região, afirmando que esta “é a única forma de garantir cuidados de excelência que podem maximizar a sobrevida das vítimas de trauma ou patologia médica”.
ULSNE sublinha ainda que “não se trata de desburocratizar mas sim garantir os melhores cuidados a todos os doentes urgentes ou emergentes, em ambiente hospitalar e extra-hospitalar que têm profissionais dedicados e preparados para cada uma destas áreas”, conclui a nota escrita.
Sobre o mesmo assunto, o INEM responde que o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) “recebeu uma chamada às 01h38 horas, a dar conta de um acidente” e que acionou para o local a Ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Mirandela um minuto depois, “às 01h39 horas”.
24 minutos depois, “Às 02h03, a tripulação da SIV informou o CODU que já se encontrava em deslocação para o Serviço de urgência do hospital com a vítima do acidente”.
Analisando estes tempos, e considerando os relatos de que o socorro terá demorado mais de 30 minutos “não são precisos”, diz o INEM. “O utente já tinha sido assistido, devidamente estabilizado no local do acidente por uma equipa diferenciada, e transportado à unidade de saúde”, adianta.
O INEM esclarece que todas as ocorrências de emergência médica pré-hospitalar “devem ser triadas pelo CODU acessível aos cidadãos através do 112” e que “compete ao CODU atender e avaliar, no mais curto espaço de tempo, os pedidos de socorro recebidos, com o objetivo de determinar os recursos necessários e mais adequados a cada caso. O seu funcionamento é assegurado, 24 horas por dia, por equipas de profissionais qualificados (Médicos, Técnicos e Psicólogos) com formação específica para efetuar o atendimento, triagem, aconselhamento, seleção e envio de meios de socorro”.
O INEM termina, referindo que os meios de emergência “são selecionados de forma criteriosa de acordo com a situação clínica das vítimas, a proximidade do local da ocorrência e a acessibilidade ao local da ocorrência”.
INEM e ULSNE a garantirem que foi cumprido o protocolo na ativação dos meios de socorro no caso do acidente de viação que causou a morte a um jovem de 26 anos, em Mirandela, na madrugada da passada quarta-feira.