Bragança

PSP monitoriza as cidades à distância no novo centro de controlo operacional

Publicado por GL em Qui, 2022-03-10 11:29

A Polícia de Segurança Pública (PSP) dispõe desde a passada sexta-feira de um Centro de Comando e Controlo Operacional e Observatório de Mobilidade Urbana em Bragança, um novo recurso que permite referenciar em tempo real a localização dos vários agentes distribuídos pelo terreno.

Trata-se de uma aposta recente definida “como fundamental" para o policiamento e a gestão de recursos humanos, pelo Diretor Nacional Adjunto da Unidade Orgânica de Operações e Segurança da PSP, Azevedo Ramos, que participou na inauguração  na passada sexta-feira, dia de aniversário da PSP . “Corresponde ao desejo estratégico da PSP nacional, que é a dotação de tecnologia de ponta e informática potenciando todos os meios que temos ao nosso dispor, sejam humanos, sejam materiais. Permite a um comandante ter uma visão sistemática e sistémica do que está a passar-se na cidade. É uma mais-valia”,  descreveu o responsável nacional.

O comandante da PSP de Bragança, José Neto, deu conta que se trata de um centro que permite garantir a presença da polícia "de uma forma mais eficiente e eficaz junto das populações e começar a utilizar ferramentas tecnológicas e a rentabilizar o que é a deslocação e mobilização de meios”.

O autarca de Bragança, Hernâni Dias, não quis adiantar os valores em que se traduz esta parceria, porque, no seu entender, “o importante é a existência do centro que permitirá criar condições de segurança para os cidadãos e ter a capacidade de num único espaço conseguirem controlar diversas coisas na cidade e de se poderem criar novas dinâmicas de controlo e orientação, desde eventos até à segurança”.  

Através do sistema instalado no centro, a PSP pode conhecer a realidade ao momento em Bragança e em Mirandela. “Sempre que houver eventos termos capacidade de os estar a ver e dessa forma garantir uma resposta pronta e eficiente dos nossos polícias e no camando sermos capazes de ao momento verificar funções e informações”, descreveu José Neto, que acredita que quando há poucos polícias  mais se precia de suporte para trabalhar.
Desde há vários anos que o comando de Bragança tem necessidade de um reforço do número de agentes, uma carência que ressalta em todos os aniversários e que o  presidente da Câmara, Hernâni Dias, calcula em 40.  

Indicadores de segurança são bons, mas há o desafio da permanência de estudantes de 63 nacionalidades

As falhas nos recursos humanos foram reconhecidas por Azevedo Ramos, que remete para “um problema nacional e transversal a todo o dispositivo”, alvo de várias tentativas de resolução. “Primeiro condicionando a tutela para autorizar o ingresso de novos agentes, e, por outro lado, permitindo que a carreira seja suficientemente atrativa para fazer com que os jovens tenham vontade de vir para a polícia. O resto são pormenores de distribuição de recursos humanos, que temos  de gerir pelos comandos distritais, que na maioria sofrem de uma doença semelhante a de Bragança, a falta de efetivos e o envelhecimento”, explicou Azevedo Ramos.

Atualmente a PSP tem uma escola de formação de novos polícias. “À partida vai fazer uma redistribuição de agentes por todo o dispositivo, permite colmatar as falhas que se vão fazendo sentir pelas faltas deixadas pelos agentes que passam a pré-aposentação”, acrescentou.

Azevedo Ramos indicou que o comando de Bragança é a nível nacional dos que apresenta menores índices de criminalidade. “Para nós é uma vantagem, mas tem o inconveniente de que se num ou outro sítio, onde haja mais necessidades de recursos humanos, temos que os balancear nesse sentido”, observou.

Ainda assim, José Neto, defende que mesmo Bragança sendo um distrito seguro é um desafio. “Temos 63 nacionalidades, de uma faixa etária muito jovem, que vão voltar a viver a sua vida social nas nossas cidades, com os seus credos, fés e representações culturais. Temos que ter uma polícia capaz de reagir a qualquer fenómeno”, vincou.

 

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