Bragança

PSP readaptou-se para dar resposta à pandemia

Publicado por GL em Qui, 2022-03-10 11:36

“Em tempo de máscaras quem fala são os olhos” é uma exposição de fotografia promovida pelo Comando da PSP de Bragança, patente no Museu Etnográfico Dr. Belarmino Afonso da Santa Casa da Misericórdia, que transporta o visitante através das mensagens que o olhar transmite.

As fotografias captadas pelas lentes de dois agentes da Esquadra da PSP em Oeiras, Paulo Henriques e António Saraiva, que a longo de dois anos olharam para esta parte da pandemia que obrigou ao uso de máscara, que retrataram em imagens, a que juntaram estes artigos de proteção individual confecionadas pelos próprios idosos fotografados.

Esta mostra revela ainda uma nova faceta da PSP, decorrente da necessidade que houve na adaptação aos desafios da pandemia de covid-19, nomeadamente a vertente sanitária. “Cada um deles fez uma máscara e expressou alguns dos seus sentimentos. Achamos que esta exposição é importante por tudo aquilo que nós vivemos nestes tempos”, explicou o comandante da PSP de Bragança, José Neto, à margem da inauguração da exposição na passada sexta-feira.

A mostra vai fazer uma digressão nacional, mas o comando de Bragança antecipou-se e solicitou a sua presença e aqui ficará até 11 de abril.
As fotografias também sensibilizam para necessidade de valorização e respeito pelos idosos, mostrando o que de melhor estes têm para dar.

A necessidade de intervenção no contexto pandémico obrigou os agentes da PSP a mudar a sua atuação junto da população, muitas vezes em ações de fiscalização pouco compreendidas. “É uma realidade de que não estávamos à espera. Passamos a ser mais um agente de saúde pública. Verificar confinamentos, apoiar as populações, evitar ajuntamentos, fiscalizar o uso da máscara, dar continuidade e cumprimento a tudo o que eram instruções da DGS e garantir que as pessoas estavam sensíveis à necessidade de aceitarmos todas estas situações. Foi um trabalho diferente que nos alterou o dia a dia, porque, ao fim ao cabo, também padecemos de alguns profissionais que estiveram infetados, o que transformou o nosso tempo e o nosso dia”, referiu José Neto.

O comandante admitiu que “foi difícil”, sobretudo, quando havia ajuntamentos de jovens. “Desde que a ordem dos polícias fosse cumprida o problema estava ultrapassado, mas também devo dizer que sempre que aparecíamos em alguns lugares e momentos de dificuldades as pessoas aceitaram quase sempre as nossas recomendações e as coisas correram bem”, acrescentou. Apesar de alguns constrangimentos, José Neto faz um balanço positivo da atividade da PSP nestes dois anos covid-19.

“Tivemos que adotar um modelo de trabalho para o qual não estamos preparados, mas com a ajuda da Saúde Pública, a comunidade acabou por se adaptar ao nosso trabalho. O saldo é muito positivo. As nossas ordens eram muito específicas, muito diferentes do habitual, mas a reação dos agentes foi boa. Apesar de terem de usar máscara e fatos especiais, de teremos que desinfetar carros , local de trabalho e constantemente as mãos, com profissionais a trabalhar 24 horas por dia. Foi mais uma boa surpresa. Os agentes estão preparados para tudo”, garantiu comandante.

A própria cultura de autoproteção dos policias mudou. “Transportou-nos para um nível de sensibilidade que nós não julgamos ser possível”, acrescentou .

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