A opinião de ...

Época pouco silly

Com as eleições legislativas marcadas para outubro, o verão promete ser quente. Os partidos afadigam-se em reuniões e contactos para elaborar as listas de candidatos a deputados.
Num distrito que elege apenas três, divididos tradicionalmente por apenas dois partidos, as esperanças de muitos são poucas. Os lugares da frente é que contam, pois abaixo do segundo, só com um fator especial (promoção de algum dos primeiros nomes para o Governo, por exemplo) é possível sonhar com o passaporte para a Assembleia da República.
Nunca, como agora, a sociedade civil esteve preparada para discutir a representatividade atual do Parlamento. Mas a discussão ainda não deverá passar disso mesmo, por enquanto. Assim que fenómenos como o PAN passarem disso mesmo, de fenómenos, e ganharem músculo à conta dos descontentes com o sistema, o assunto vai subir de tom. É, conveniente, por isso, começar a estudar o assunto e a preparar soluções.
Os distritos do interior perdem cada vez mais população (logo, eleitores), apesar de concentrarem a maioria do território, que precisa de meios para ser geridos. E, em última análise, os meios são decididos em Lisboa. Com a representatividade cada vez mais desigual a favor do litoral, não se antevê uma melhoria de cenário nos próximos tempos. Até quando?
As eleições deste ano vão ter a particularidade de obrigar a uma quase paridade (rácio de 60-40 na relação homens-mulheres nas listas) o que, no distrito de Bragança, implica a alternância entre homens e mulheres. Entre os mais novos, houve quem ainda não se tivesse apercebido da importância da alteração e, por isso, perdesse o comboio.
Infelizmente, com o tom da discussão a subir à medida que o dia 6 de outubro se aproxima, é de nomes que se ouvem as principais atoardas em vez de propostas de e para a região. Porque é através das eleições legislativas que o Nordeste Transmontano se pode fazer ouvir.
Por cá, faremos os possíveis para contribuir para a clarificação.
Começam a ser preocupantes os sinais de desunião de alguns corpos de bombeiros. Para já, o mal estar não passa de um problema familiar mas dada a especificidade da época que se avizinha e a importância da função, pede-se um pouco mais de clarividência e menos birras. Quem paga é a população.

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