A opinião de ...

Esplanadas sim… mas com regras...

O tempo quente de verão, entre outras coisas, potencia a motivação para passear ao ar livre e relaxar confortavelmente numa esplanada, sobretudo para refrescar, tomar um café, apreciar o movimento, ou interagir com o contexto social envolvente. Tudo isto faz bem ao físico e alegra a mente.
Pois é, precisamente, sentado na, devidamente instalada, esplanada da Gelataria “Sabores do Céu”, mais conhecida por “Lola”, que me surgiu a ideia de escrever sobre as esplanadas. Diria que se trata de um tema no tempo certo e num lugar indicado.
Fazendo parte do nosso quotidiano de verão, as esplanadas são formas apelativas de motivar clientes para espaços físicos mais ou menos aprazíveis, de encontro, de convivência e lazer. Poderemos dizer que são, ou devem ser, referências positivas na dinâmica comercial e social, para não falar nos benefícios para a saúde, nomeadamente para quem não fuma. Posto isto, devo dizer que nada tenho contra a existência de esplanadas, muito pelo contrário. Gosto de me sentir bem, quando tenho tempo para isso, refastelado numa esplanada, se possível desfrutando de um ambiente acolhedor.
Fazendo já parte da nossa cultura e do enquadramento urbanístico, as esplanadas acabam, até, por ornamentar, às vezes com sentido estético discutível, largos, ruas e avenidas, quer urbanas, quer rurais. Contribuem para ampliar, consideravelmente, a área de atendimento, de cafés, restaurantes e similares. Até aqui, tudo bem. Nada a opor, desde que tudo funcione sustentado no respeito pelas regras instituídas.
Acontece, porém, que nem todas a esplanadas respeitarão as normas legais. Quero acreditar que, para muitas delas, o espaço licenciado não corresponderá ao espaço ocupado.
Se dermos uma volta, sobretudo pela zona mais movimentada da cidade de Bragança, depressa concluímos que algumas esplanadas se apresentam desorganizadas, sem sentido estético e com falta de respeito por quem passa, ao lado.
Isto porque ocupam quase todo o espaço livre dos passeios, impedindo a circulação minimamente desafogada das pessoas.
A obstrução é real e não são raras as vezes em que os transeuntes tropeçam uns nos outros, dado o espaço reduzido e apertado pelo qual são obrigados a passar. Com a agravante de não poderem saltar para a via rodoviária, porquanto ali é lugar dos automóveis.
A situação torna-se muito pior e, às vezes, dramática, para os mais idosos e, sobretudo, para os deficientes motores, nomeadamente para aqueles que são obrigados a recorrer às cadeiras de rodas. Para estes, torna-se quase impossível circular com os obstáculos que encontram pela frente. É que, para além das esplanadas, é preciso ter em conta as árvores plantadas nos passeios, os postes, nomeadamente de iluminação e sinalização, as placas indicativas, etc.
O problema é que, independentemente da sua localização, sempre discutível, antes de serem licenciadas deveria ser feito o estudo do impacto social e dos transtornos que podem causar.
Embora não sendo culpa de quem utiliza os espaços pedonais, são essas pessoas que sofrem os transtornos decorrentes da instalação pouco cuidada de algumas, que usurpam espaços que não lhe terão sido concedidos.
Será, pois, importante disciplinar esta atividade para que todos possamos circular nos passeios sem constrangimentos, nem confrangimentos.
Esplanadas sim, mas com regras tão definidas, quanto minimamente cumpridas.

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