Vinhais

Autarquia vai tratar mais de 45 mil castanheiros

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-07-13 16:20

A autarquia de Vinhais candidatou a fundos comunitários um projeto que vai permitir tratar mais de 45 mil castanheiros no concelho doentes com cancro.

O projeto está orçado em cerca de um milhão de euros e inclui, também, o combate à vespa do castanheiro e à tinta. O arranque oficial foi dado na segunda-feira, com a presença da Escola Superior Agrária do IPB, responsável pela produção do produto que combate o cancro, e da Arbórea, a associação que fica responsável pela aplicação do produto nos castanheiros doentes.

“Houve alguma dificuldade para este processo ser visado pelo Tribunal de Contas, porque havia aqui algumas questões, até mais técnicas, por ser o primeiro. Mas felizmente foi com satisfação que ultrapassámos esse problema.

É uma mais valia enorme para potenciar a castanha e a sua importância económica.

Vão ser tratados mais de 45 mil castanheiros, e esse tratamento ainda vai contribuir naturalmente para o tratamento de outros. Conjuntamente com o tratamento da vespa, é muito importante”, frisou o presidente da autarquia, Luís Fernandes.

A comparticipação do município é de cerca de 15 por cento. do total do valor.

Abel Pereira, da Arbórea, sublinha que serão tratados 45779 castanheiros em 7630 hectares, envolvendo três técnicos e dez operacionais.

O projeto extende-se até ao final de 2024 mas poderá ser prorrogado.

Eugénia Gouveia, a investigadora responsável pelo desenvolvimento do Dictis, o produto natural, à base de um fungo, que permite combater o cancro do castanheiro, frisa que serão tratadas, em média, seis árvores por hectare.

“Este projeto é financiado pelos apoios à agricultura e permite fazer o tratamento das árvores que estão doentes.

Tratar todos os castanheiros por esta via seria muito oneroso, pelo que há limitações em termos do número de castanheiros que se trata por hectare.

Este é um projeto da Câmara de Vinhais.

São seis castanheiros, em média, por hectare.

Este é um produto biológico e que tem a capacidade de se auto-replicar. Ou seja, estando instalado, também transmite a outros cancros que venham a aparecer.

É sempre um apoio muito grande para que a doença não continue a desenvolver-se”, explicou, à margem da apresentação do projeto, que será replicado por Macedo de Cavaleiros e Vila Real. “A RefCast tem em várias zonas, nomeadamente em Carrazedo de Montenegro, Penela, etc. Bragança tem um projeto mas há alguns problemas em concretizar a sua atuação.

É um projeto da Câmara. Já foi colocado a concurso. O IPB é a única entidade que pode fornecer o produto para o tratamento do cancro mas os valores eram tão baixos que não foi possível o IPB assumir essa responsabilidade”, explicou.

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