Diocese de Bragança-Miranda

D. Nuno Almeida recebido pela primeira vez na Concatedral de Miranda do Douro

Publicado por Francisco Pinto em Qui, 2023-07-13 10:41

O novo bispo diocesano, D. Nuno Almeida, visitou pela primeira vez a Concatedral de Miranda do Douro, de forma oficial, no passado domingo, numa celebração carregada de simbolismo, já que se trata do berço da diocese, como disse o prelado aos presentes neste templo quinhentista.

“Para mim é uma visita especial porque me tenho dedicado a ler, nos últimos dias, com mais atenção a história da nossa diocese e há uma história oscilante entre Bragança e Miranda. O vir a esta Catedral significa que me sinto tocado por este povo que caminhou ao longo dos séculos, mas noto união entre Bragança e Miranda, mesmo na diferença. A Igreja é isto, a unidade na diversidade”, disse o prelado.

Na homilia, D. Nuno Almeida começou por lembrar a unidade. “Eis-nos aqui reunidos nesta antiga, bela e solene Catedral de Miranda, guiados pelo Espírito que faz de muitos um só corpo.

“Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei”!

É o próprio Cristo que, neste domingo de Verão, nos desafia a entrar n’Ele, a repousar n’Ele, a sossegar n’Ele, a saborear n’Ele o mistério profundo do seu doce amor por nós! De facto, só Ele conhece o que há em nós. E porque “Deus é maior do que o nosso coração”, só Ele pode dar resposta às nossas inquietações, dores, esperanças e sofrimentos. Só n’Ele o nosso desejo de paz se cumpre plenamente. Só n’Ele o cansaço das horas e a opressão dos dias pode dar lugar ao gozo e ao repouso. «Fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração não descansa enquanto não repousa em Vós»! (Sto. Agostinho)”, lembrou.

O prelado aconselhou, ainda, os fiéis: “Na prática, não queiramos ter a última palavra na discussão, não respondamos ao mal com o mal, cuidemos dos mais vulneráveis. Só um coração sereno e humilde desarma as resistências e violências dos que se aproximam de nós zangados com a vida!”

Deixou também uma palavra aos jovens: “Continuando a pôr em prática o Plano Pastoral, como seria bom que, particularmente, os jovens se deixassem “contagiar” por uma grande afeição pelo Evangelho. É o Papa Francisco que os convida: “Cristo chama-vos e envia-vos. Abri o vosso coração. Tende a coragem e a ousadia de levar o Evangelho aos outros, oferecendo-o e não o impondo. Renunciai a fazer da vossa vida cristã um museu de recordações. Fazei antes a experiência da alegria do serviço aos mais pequenos, do compromisso na Igreja, do voluntariado missionário nesta vossa terra ou pelos confins do mundo. Preparai-vos não apenas para o vosso bom êxito profissional, mas fazei da vossa vida um dom para melhor servir aos outros (cf. Papa Francisco, Discurso aos jovens em Talin, 25.09.2018 e MDMM 2018).

Está mesmo à porta a Jornada Mundial da Juventude. Juntamente com os jovens, testemunhemos e levemos a alegria do Evangelho a todos, a começar por quem está ao nosso lado até chegar aos confins do mundo.

É preciso reunirmo-nos, de muitos modos, para a escuta e para que a Palavra se faça vida e a nossa vida se faça Palavra”, frisou.

D. Nuno Almeida defendeu ainda que “uma Igreja sinodal é uma Igreja do encontro e do diálogo, que escuta e procura ser humilde, sendo capaz de pedir perdão e que tem muito a aprender. É aberta, acolhedora e abraça a todos, mas sabe propor e anunciar, respeitosamente, caminhos novos a partir do Evangelho, numa compreensão sempre mais profunda da relação entre o amor e a verdade”.

“Temos consciência de que as instituições e estruturas por si só não são suficientes para tornar a Igreja sinodal: são necessárias uma cultura e uma espiritualidade sinodais, animadas por um desejo de conversão ao Evangelho, alimentadas pela Eucaristia e sustentadas por uma formação adequada: integral, inicial e permanente, para todos os membros do Povo de Deus”, destacou.

No final, aos jornalistas, o bispo deixou a garantia de que vai passar pelas paróquias da diocese para tomar conta de cada realidade.

Para o novo bispo, tem sido uma “constante novidade conhecer as pessoas e as realidades vivas da diocese”.

“Tenho ouvido que somos cada vez menos e que a população vai diminuindo, mas tenho encontrado comunidades muito vivas, quer seja em relação às paróquias, às intuições ou à atividade económica”, vincou o bispo.

D. Nuno Almeida, acrescentou que, apesar da baixa densidade populacional da diocese, este poderá ser um pretexto para todos estarem mais unidos e em comunhão.

D. Nuno Almeida viu ainda inscrito o seu nome na placa de mármore que está colocada no antigo Paço Episcopal e que imortaliza todos os bispos da diocese de Bragança-Miranda e aproveitou para visitar o núcleo museológico da Sé Catedral de Miranda do Douro.

As cerimónias de receção a D. Nuno Almeida tiveram início junto às portas da cidade, onde marcaram presença os estandartes das paróquias que seguiram em cortejo até à Concatedral de Miranda do Douro.

Antes, o prelado marcou presença na cerimónia evocativa dos antigos combatentes.

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