A opinião de ...

Futuro começa a definir-se

As eleições para a Federação Distrital do Partido Socialista, que aconteceram na passada sexta-feira, vieram ajudar a clarificar aquilo que será o futuro da região no futuro a médio prazo.
Mais do que a vitória de Berta Nunes, num dos mais participados atos eleitorais entre as hostes socialistas na região, foi a porta que se abriu, nessa mesma noite, a uma eventual candidatura de Sobrinho Teixeira à Câmara de Bragança.
O nome do antigo presidente do Instituto Politécnico de Bragança, ex-secretário de Estado do Ensino Superior e Ciência e atual deputado pelo distrito de Bragança é, claramente, o mais forte entre os socialistas.
Terá, agora, de ser feito o caminho normal de auscultação dos militantes e das estruturas dirigentes do partido ao nível local. O próprio Sobrinho Teixeira terá de clarificar a sua vontade.
Mas uma coisa parece certa. É que, desta vez, e ao contrário do que aconteceu nas últimas duas décadas, a figura do cabeça de lista socialista começa a definir-se com a antecedência necessária que permite o início do trabalho de campo. Até porque as próximas eleições autárquicas vão significar, obrigatoriamente, uma mudança de ciclo, por força da limitação de mandatos (o mesmo acontecerá em Vimioso e Torre de Moncorvo).
Uma movimentação que, certamente, influenciará, também, as próximas jogadas dentro do PSD brigantino, numa altura em que o nome de Rui Caseiro, antigo vice-presidente de Jorge Nunes e atual Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes, começa, também, a ser ouvido com mais intensidade.
Até ver, a escolha natural para a sucessão de Hernâni Dias passará por Miguel Abrunhosa, atual vereador, que tem feito o mesmo caminho que conduziu o próprio Hernâni Dias à liderança do Município. Primeiro como Adjunto, depois Chefe de Gabinete e, agora, vereador.
Também não é segredo para ninguém a vontade de João Rodrigues, funcionário da autarquia e genro de Jorge Nunes, em fazer um caminho autárquico mas a força política que lhe faltou para conseguir ir a votos na luta pela concelhia laranja, este ano, parece ser um handicap demasiado grande para ultrapassar nos tempos mais próximos.

Com o nome de Sobrinho Teixeira a ficar cada vez mais nítido na visão de médio prazo dos socialistas, está lançado o repto para que o PSD comece, também, a definir a sua vida. Sendo que os sinais de fratura que se vão vendo no partido de tempos a tempos (que eram ultrapassados na hora das eleições, quando havia um objetivo comum pelo qual lutar), podem, agora, fazer mais mossa do que antes.
Uma coisa é certa. A política local vai ter três anos de animação.

Edição
3909

Assinaturas MDB