José Mário Leite

Passos perdidos crónica do futuro

Dia 25 de Fevereiro, a centenária  livraria Ferin era pequena para acolher as dezenas de transmontanos que se juntaram a vários escritores ilustres para assistirem, por antecipação, à contemporânea queda de um anjo. É-lhes apresentado José Luciano de Castro em atualíssimo discurso de 150 anos pela voz autorizada e eloquente de Ernesto José Rodrigues. O referido discurso subirá no próximo dia 9 de Abril à tribuna parlamentar da Assembleia da República a ser lido por João Felix Filostrato em inédita intervenção, depois de quarenta anos de apagada carreira parlamentar.


A GRÉCIA, A TROIKA E O BACILO DE KOCH

Durante o fim de semana de Carnaval tive de me dirigir, com um familiar, à urgência do Hospital de Santo António, no Porto. Depois de cinco horas de desesperante espera abandonámos as instalações hospitalares sem qualquer consulta! Não sei as razões para tão dilatado tempo de espera (havia muitos utentes, todos com pulseira amarela, com tempos de espera superiores a 10 horas e sem saberem quando poderiam ser atendidos). Observei, durante o tempo que ali estive as entradas e saídas e elas equivaliam-se.


INACREDITÁVEL!

A senhora Ministra da Justiça brindou-nos, esta semana, com mais uma das suas inacreditáveis afirmações. Desta vez, contudo, o caso é mais grave e mais sério.
A inefável governante teme seriamente que se o PS ganhar as próximas eleições deixe de haver separação de poderes. Depois de garantir que as escutas telefónicas abusivas e ilegais são uma realidade com que convive bem (limita-se a proteger-se delas falando ao telefone assumindo que o mesmo pode ser um gravador) não vejo que maior dislate poderia a responsável da justiça dizer. Por várias razões:


Ciclos: o novo e o velho

Em crónica publicada aqui no Mensageiro referi-me a uma experiência da investigadora Isabel Gordo. Nomedamente sobre o paralelismo eventualmente existente entre as regras da biologia e o comportamento social. Um almoço na esplanada da Cantina do IGC veio reavivar o tema, esclarecer alguns aspetos e comparar alguns exemplos. Agradou-me saber que a minha teoria, não despertando adesão entusiástica (porque haveria de o fazer?), também não era recusada nem totalmente contestada pelos comensais.


A rede e a inteligência

A Barragem do Baixo Sabor está pronta. A da Quinta das Laranjeiras e igualmente a que fez submergir a velhinha ponte da Portela. Ouvi falar na conclusão de um projeto. Nada mais errado. A produção elétrica ainda nem começou. E é para produzir energia que estes dois empreendimentos foram aqui implantados. Sequestrando aos nordestinos em geral e aos moncorvenses em particular, a sua água, o seu rio tal como o conheciam e sobretudo as suas margens, a sua paisagem, muito do seu património e ambiente.


A rede e a inteligência

A Barragem do Baixo Sabor está pronta. A da Quinta das Laranjeiras e igualmente a que fez submergir a velhinha ponte da Portela. Ouvi falar na conclusão de um projeto. Nada mais errado. A produção elétrica ainda nem começou. E é para produzir energia que estes dois empreendimentos foram aqui implantados. Sequestrando aos nordestinos em geral e aos moncorvenses em particular, a sua água, o seu rio tal como o conheciam e sobretudo as suas margens, a sua paisagem, muito do seu património e ambiente.


Realidade e ficção

Espaço 1999 era uma série televisiva de culto dos anos setenta. Não me lembro de perder nenhum episódio. Já antes desta havia uma outra, se a memória não me atraiçoa seria 2002 controle que me levava religiosamente ao Flórida, na Praça da Sé, todos os Sábados à noite para a ver, enquanto bebia, invariavelmente água das pedras com limão e açúcar. Ficava impressionado com a parafernália tecnológica apresentada.


O ouro e a velha

Em junho de 1974 eu tinha dezassete anos e pouco sabia de mim. Descia a rua Almirante Reis até à Praça da Sé e entrava no Chave d’Ouro para tomar café. O Ernesto acolhia-me com um estranho sorriso “Então meu velho?” e o Alcides atirava-me um aceno. No centro da mesa, aberto, o Mensageiro de Bragança a que familiramente nos referíamos apenas como O Mensageiro. Fazia nesse ano 34 anos de existência (o dobro da minha vida) mas para mim existia desde sempre. Desde que me conhecia.
 


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