A opinião de ...

Nuno ÁLVARO VAZ

Ao contrário de uma manta de retalhos desirmanados (Retalhos da Vida de um médico, de Fernando Namora), é uma manta bem urdida a obra referente às vivências do desfiar do tempo em forma de biografia de Nuno Álvaro Vaz, prima pela boa tecelagem do relato em primeira pessoa (do autor) cujo pontos de referência a balizarem o pontilhado de maior importância quais degraus de quem conseguiu o almejado (ser próspero comerciante) desejo de subir a montanha do êxito numa terra pouco atreita a sublinhar as qualidades dos seus filhos, até para de cumprir o anexim santos da terra não fazem milagres, tendo como esteios primaciais os pais e a mulher. A forma exaltante de elogiar a família é um desses pontos de referência, a maneira de enaltecer a mulher sem ser ridículo (pinga-amor) é outro degrau, sólido, coriáceo, resoluto.
Seria estultícia trazer à colação as atenções que Nuno Vaz me concedeu nos anos antes de eu entrar no comboio da diáspora, da leitura dos vários capítulos do seu livro Foi assim…., apraz-me registar o tom cordato, que não cortesão, do rastrear das múltiplas sinalizações de toda a ordem no seu currículo familiar, social, económico, empreendedorismo e, acima de tudo o da benemerência. Benemérito em geral, da Obra do Padre Miguel em particular. Nenhum Bragançano tendo mais de cinquenta anos pode estranhar a feição que o Padre Miguel (carinhosamente tratado pelos Pardais da Montanha por Padre Matateu) sacerdote probo (Igreja serva e pobre, assim escreveu Ives Congar), afável, divertido e esmoler.
Da leitura do livro para lá da subida degrau degrau da assinalada escada, quantas vezes escorregadios e dúplices revi e recordei pessoas e personagens da cidade, a minha cidade, a qual se transformou (apesar de algumas cicatrizes urbanísticas dos oitenta) numa urbe competitiva e de visita obrigatória para os amigos das várias monumentalidades naturais e materiais, e amantes das artes culinárias de travo tradicional.
É uma redundância alvitrar a leitura das confissões de Nuno Álvaro Vaz, mas que vale a pena, isso vale.

Edição
3856

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