A opinião de ...

Falta o envelope, senhor Ministro

Depois de uns anos de crise, em que o número de candidatos ao Ensino Superior se ressentiu, os últimos dois anos são de recordes.
A retoma económica que o país vinha conhecendo, sobretudo desde 2016, permitiu algum desafogo quer às famílias dos jovens estudantes quer aos adultos que nunca perderam de vista o objetivo de se valorizarem através de um curso ou mestrado.
Com o aparecimento da pandemia de covid-19, poderia pensar-se em novo retrocesso mas os números apontam para a manutenção do crescimento de alunos nas universidades e politécnicos.
Números recorde que obrigam a um esforço acrescido por parte das instituições.
Veja-se o caso do Instituto Politécnico de Bragança, por exemplo. Foi necessário aumentar o número de vagas disponíveis (mais cem do que as inicialmente previstas) que deverão atirar para lá dos nove mil alunos o número de frequências ao longo do ano letivo.
Um desafio em termos estruturais e humanos, sobretudo quando se vive uma pandemia que desaconselha aos grandes ajuntamentos, obrigando a um maior esforço e criatividade por parte das escolas.
Por um lado, é preciso salas para acomodar toda a gente, com as restrições do número de pessoas que podem estar em ambiente fechado. Por outro, mais alunos implicam ou turmas maiores ou mais turmas, o que obriga a mais professores.
Ora, qualquer das opções implica um esforço financeiro por parte das instituições, que se torna ainda mais penoso quando a política dos últimos anos passou pela redução do valor das propinas sobretudo para... estimular o aumento de alunos.
Assim, à política do Governo de apostar no aumento do número de pessoas a frequentar o Ensino Superior, deve corresponder o respetivo aumento de financiamento. Porque mais do que despesas, é do investimento no futuro do país que se trata.
Ora, se os titulares da pasta não precisam de ser convencidos - como pode ler na entrevista ao Secretário de Estado Sobrinho Teixeira nas páginas anteriores - dentro do Governo haverá quem faça orelhas moucas ao pedido de aumentos de despesa, a começar pelo Leão que defende a pasta das Finanças.
Como diz Sobrinho Teixeira, há situações em que tem de ser a sociedade a definir e a exigir as apostas estratégicas de um Governo, como acontece com a saúde.
O caso do Ensino Superior é só mais uma...

Por falar em gastos e investimentos, nesta edição fomos ver quanto esperam gastar os partidos nas campanhas no distrito de Bragança. Há algumas surpresas. Mas uma coisa salta à vista, Mirandela é aposta para a maioria deles...

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