A opinião de ...

2020 – Da agonia de um povo, ao “Requiem” por uma estrada

Na esperança gorada de que a apresentação do PNI 2030 - Plano Nacional de Investimentos, trouxesse boas notícias para as gentes das nossas terras, agora que foi apresentado pelo governo, mesmo para aqueles que, teimosamente acreditavam que “desta vez é que era” e que as coisas iriam mesmo melhorar, (talvez até ainda mais para esses), não sei por que praga ou maldição, as tão esperadas notícias cifraram-se, mais uma vez, numa tremenda desilusão, vendo adiada para o dia de S. Nunca à tarde a realização de obras básicas mas essenciais, a que tinham pleno direito, à muito prometidas, mas sempre esquecidas.
Da leitura das linhas e entrelinhas deste Plano Nacional de Investimentos, com um misto de mágoa, de deceção e, porque nega-lo, de revolta, ressalta à vista a mesma política deste governo para, no período de 2020/2030 continuar, a seu belo prazer como um novo rico, a dar à tripa forra aos mesmos de sempre para concretizar projetos de presente, ou sonhos quixotescos sem passado nem futuro, tendo as nossas terras de continuar a governar-se com as míseras migalhas que, caídas da mesa farta do orçamento e escondidas nas frinchas do soalho, conseguem escapar à voracidade dos sorvedores do costume, convencidos que são donos únicos dos recursos de todo país. Para os mais contumazes na esperança, atente-se nestes casos paradigmáticos.
1 – Segundo o Dr. Artur Nunes, Presidente da Camara de Miranda e da CIM, (Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes) no mapa de investimentos, “A proposta para esta área não está muito clara. Os concelhos de Miranda, Mogadouro e Vimioso estão quase em branco”.
2 – O próprio Presidente da CIM, notou que está em falta a nova via entre Carção e Vimioso para melhorar a ligação do concelho e de toda a região à A4 e à capital do distrito, mas acrescenta que “tem indicações que está contemplada no orçamento do próximo ano das Estruturas de Portugal, mas não há certeza”. Para que o meu querido amigo Dr. Artur Nunes, cuja luta em prol do progresso das nossas terras é digna dos maiores elogios, não continue refém das suas dúvidas, atrevo-me a informar que sim , que “já esteve”, mas “já não está” e, se algum dia estiver, será para ficar encravada mais um século numa fraga qualquer duma qualquer curva das ladeiras do rio Maçãs. Então, se ainda houver gente nas que agora ainda são as nossas terras, que pelo menos um seja um transmontano dos quatro costados que, tendo lido o maravilhoso livro do Padre Telmo Ferraz “O Lodo e as Estrelas” diga aos senhores de então que “ Não queremos cá a estrada. Não precisamos dela para nada. Não destruam as ladeiras nem estraguem os nossos olivais. Muito obrigado e passem bem.

Edição
3813

Assinaturas MDB