Sindicato dos Técnicos do INEM acusa IGAS de falta de rigor

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar do INEM, o moncorvense Rui Lázaro, acusa a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) de falta de rigor, após a conclusão do inquérito à 12.ª morte ocorrida na altura da greve destes profissionais, em novembro de 2024.
Rui Lázaro disse, ao Mensageiro, não ter ficado surpreendido com as conclusões deste relatório.
"Não nos surpreende que o relatório aponte que o atraso no atendimento da chamada 112 possa ter tido influência no desfecho trágico mas reforço que o meio mais diferenciado daquela ocorrência estava a 50 minutos, a SIV de Mogadouro", sublinhou.
"Mesmo que a chamada tivesse sido atendida imediatamente, uma vez que se trata de uma zona com uma fraca resposta ao nível de emergência médica, dificilmente o desfecho seria outro", acrescentou.
Quanto ao transporte do doente já reanimado entre a SUB de Mogadouro e o hospital de Bragança, Rui Lázaro aponta o dedo à IGAS pela conclusão de que houve falha do médico do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) por não ter enviado uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). "Aqui a resposta parece-nos, de todo, desadequada. O que causou maior dano a este homem foi o ter estado bastante tempo sem ser reanimado e ter ficado privado de oxigénio. Isso é que terá sido fatal. Não vemos que o transporte secundário pudesse acrescentar muito mais", frisa.
"Por outro lado, isso demonstra o desconhecimento e a falta de rigor dos inspetores da IGAS que fizeram o relatório", conclui Rui Lázaro.