A opinião de ...

Prevenir o risco e tratorizar em segurança

 
O surgimento da componente mecânica veio revolucionar toda a atividade humana, sendo, a agricultura, uma delas.
Chegando, na primeira metade do século passado, à nossa região, o trator veio dar uma nova dimensão e alento à atividade agrícola, porquanto se trata de uma máquina polivalente, que permite realizar um conjunto significativo de tarefas, que potenciam ganhos importantes, diria mesmo, determinantes, no contexto de uma agricultura moderna e desenvolvida.
Hoje em dia já pouco, ou quase nada, se faz sem a utilização desta “ferramenta”, pelo que a rentabilidade de qualquer exploração agrícola fica muito dependente do uso que faz do exercício da prestação mecânica.
E, como em tudo na vida, embora lhe sejam conferidas e reconhecidas inúmeras vantagens, a utilização desadequada, pouco defensiva, inconsciente, diria, até, pouco responsável, em termos da aplicação das normas de segurança no trabalho, acaba, muitas vezes, por causar dissabores e acidentes fatais, que alteram, radicalmente, o projeto de vida de famílias de agricultores, com custos afetivos e sociais elevados.
Estou a referir-me, claro está, a acidentes laborais, resultantes da falta de segurança na operação de tratores agrícolas.
Naturalmente que todas as máquinas serão, pelo menos em teoria, inofensivas, desde que sejam seguidas, preventivamente e com redobrado cuidado, as regras de utilização e os cuidados de manutenção, sobretudo indicados pelos respetivos fabricantes.
Porém, o ser humano tem os seus limites e, consequentemente, as suas falhas e atos negligentes, que potenciam situações de perigos iminentes.
É neste contexto, pois, que, infelizmente, acontecem, com maior ou menor regularidade, fatalidades resultantes, numa considerável parte dos casos, de procedimentos incorretos no cumprimento das normas elementares de segurança. A falta de manutenção preventiva, de aptidões para a manobra das máquinas agrícolas, bem como a ausência dos cuidados, ou necessárias competências técnicas, capacidades físicas e destreza mental, potenciam o risco do “desastre”.
Como diz o povo, e com razão, com os tratores, todo o cuidado é pouco. E, na verdade, assim acontece.
Por isso, para a realização de qualquer operação agrícola com um trator, de forma eficiente e segura, devem ser observados e adotados procedimentos, que são fundamentais, não só para rentabilizar a tarefa em causa, como também para evitar eventuais acidentes.
O trabalho a realizar, a configuração do terreno, as caraterísticas da máquina, bem como do conjunto, trator-equipamento, as condições meteorológicas, entre outros, são fatores a ter em conta, que nunca devem ser menosprezados.
Por outro lado, ao manobrar um trator e respetivas alfaias, o “tratorista” deve fazê-lo de forma correta, segura e consciente, pois só assim pode tornar a atividade devidamente eficiente.
Para o efeito, além da competência e do jeito, é determinante que o manobrador conheça bem a máquina e esteja familiarizado com os comandos e potencialidades da mesma, sem nunca esquecer que existe sempre um manual de instrumentos e procedimentos que deve, atentamente, ler.
Neste contexto, não tenho dúvidas, de que, se os procedimentos e as regras fossem devidamente valorizados e eficazmente implementados, um considerável número de acidentes, muitos deles fatais, seriam, certamente, evitados. Vamos, pois, prevenir o risco e tratorizar em segurança!...

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