Pe. Manuel Ribeiro

Em casa da Mãe

Foram milhares as pessoas que no último fim-de-semana de Maio peregrinaram ao Santuário do Imaculado Coração de Maria em Cerejais (Alfândega da Fé). Vindos dos mais diferentes locais, os peregrinos puderam estar mais próximos de Nossa Senhora, estar mais próximos da casa da Mãe.


«Se eu soubesse…»

«Se eu soubesse…» é, porventura, uma das expressões mais ditas por cada um de nós, remetendo-nos de imediato para o mundo dos ‘ses’, dos hipotéticos e dos possíveis. Escrevo este artigo depois de uma marcante experiência de encontro com um doente. Partilhava-me ele que «se soubesse» teria sido diferente, teria amado mais, rezado mais.


Escola real, Escola ideal

«Escola real, Escola ideal» foi uma tertúlia promovida, em boa hora, pelo Agrupamento de Escolas de Alfândega da Fé, pela disciplina de EMRC e pela Paróquia de Alfândega da Fé. Deixo aqui o meu rasgado elogio ao Senhor Director do Agrupamento pela audácia e arrojo desta iniciática. A missão exigente da formação integral das novas gerações não pode ser despojada da inerente corresponsabilidade colectiva da comunidade local. Cabe à comunidade ajudar, colaborar e apoiar a escola nesta formação que ser quer integral e global.


Encontro: caminho hermenêutico do discipulad

Todo o discípulo tem um mestre, e todo o mestre tem o seu mestre. Neste ano dedicado ao discipulado missionário, necessitamos reafirmar a importância nevrálgica do único e fundante Encontro. Este encontro com o «Logos» – a Palavra – parte sempre de uma palavra humana, apesar de limitada e finita na sua essência, ela impulsiona à descoberta da única e definitiva Palavra, ou seja, a palavra encarnada, o próprio Jesus Cristo.


«Que tens tu que não tenhas recebido?»

«Que tens tu que não tenhas recebido?» (1 Cor 4, 7) é uma advertência que São Paulo faz à comunidade de Corinto, lembrando que a vida é dom. Não um dom qualquer, mas ‘dom’, é dom de Deus. Tudo é dado, tudo nos é ofertado pela primorosa orgânica da vida e da existência natural. Até o tempo é dado para sermos mais nós e menos eu. Esta perspectiva doativa da existência projeta-nos para o horizonte da alteridade, ou seja, olhar o outro, o irmão, como verdadeiro dom.


Desafio sempre novo: «Nascer de novo» (Jo 3, 3)

Neste novo ano, e a convite do Papa Francisco, somos todos convidados a caminhar em direcção à fundamentação missionária, ou seja, re-descobrir a vocação e eleição como dom maior de Deus para cada um de nós. Este processo de re-descobrimento antecede um encontro e, por isso, implica uma profunda conversão e mudança. Não um encontro qualquer, mas aquele encontro que nos transforma, que nos muda, que faz morrer o nosso ‘eu’ velho e nos projecta para um novo estado de ser e de estar. É seguir a proposta de Jesus a Nicodemos: «nascer de novo» (Jo 3, 3).


Um exemplo de generosidade e de confiança

Há dias tivemos a graça de escutar e de reflectir atentamente o trecho do Evangelho de Marcos (Mc 12, 41-44) em que nos apresenta uma viúva que “apenas” entrega no tesouro do Templo «duas moedas, isto é, um quadrante» (Mc 12, 42). Este trecho do Santo Evangelho transmuta-nos para o útero materno, para o lugar onde eu, apesar da minha total nudez e dependência, tudo possuo, tudo tenho, tudo me é dado.


Como é que Te chamas Jesus?

A forma tão óbvia e tão estranha desta enunciação ajuda-nos a perceber que o nomear Deus com o nome de ‘Jesus’ não advém, quase sempre, de um encontro fundante e fundador com Ele. Nomeamo-Lo assim deve-se ao facto de alguém nos ter dito (e ensinado) que Ele assim chamava e não ao facto – salvo raríssimas excepções – de eu próprio me dispor a querer descobri-Lo, a conhecê-Lo, em ir ao encontro d’Ele, deste Deus que permanentemente me chama e que constantemente me pede para que me dirija até Ele, bem junto d’Ele, e n’Ele me enamore e fique inebriado na presença.


Dom da Esperança

Num tempo marcado de incertezas, assente na ditadura do relativismo e de indiferença, são ainda muitos os que optam por seguir a Cristo com determinação, abrindo ao mundo em que vivemos caminhos e janelas de esperança, mostrando que a Igreja deve ser cada vez mais sinal e sacramento de vida e de libertação. Urge que sejamos, todos (!), agentes da Esperança.


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