Pe. José Luís Pombal

Reforma IX

No Concílio Vaticano II foi oferecida aos padres conciliares uma obra do Beato Frei Bartolomeu dos Mártires: o Estímulo dos Pastores. Nesta obra podemos deparar-nos com aquele cuidado que preside a todo o Concílio de Trento, ou seja, a salvação das almas (cura animarum). Esta preocupação, que há de estar sempre no coração dos pastores, iluminou todas as discussões e decisões conciliares tanto no âmbito do esclarecimento do dogma, reivindicado pelas doutrinas heterodoxas surgidas, quanto no âmbito da reforma disciplinar, exigida pela necessidade de conversão ao essencial.


Reforma VIII

Na mesma ânsia reformadora e no mesmo destino cismático, juntaram-se a Lutero, João Calvino, Ulrico Zwinglio e Henrique VIII. Comungaram entre si igual cisão com o papado e neste traço comum desmarcaram-se de uma reforma a partir de dentro. Definiram, assim, um caminho de reforma paralelo, externo, em protesto. Ao mesmo tempo que se distanciaram de Roma, construíram toda uma doutrina heterodoxa. É aqui que se solta um grito, a última gota para não adiar nem continuar a resistir a uma reforma já tão reclamada no interior da própria Igreja.


Reforma VII

Para a passada sexta-feira a Conferência Episcopal Venezuelana propôs uma jornada de oração e jejum pela liberdade, pela justiça e pela paz. Convocaram-na os bispos numa mensagem urgente que dirigiram a todos os católicos e pessoas de boa vontade.


Reforma VI

Chama-se “Morire di Speranza”, uma celebração ecuménica promovida pela Comunidade de Santo Egídio em parceria com outras instituições por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, este ano sob o tema “Hoje, mais do que nunca, temos de estar ao lado dos refugiados”. Nessa celebração, cristãos de diversas sensibilidades unem-se para estarem perto dos refugiados que conseguiram atravessar o deserto e o mar Mediterrâneo, e para não estarem longe de quantos perderam a vida na esperança de encontrarem um lugar onde ela fosse possível. Encontraram-no decerto.


Reforma V

«Abençoadas sejam as manhãs!» reparou simplesmente Bernanos. Na história da Igreja os períodos matinais abundam. Diga-se que os tempos das reformas transportam esta carga de significado. Mas não só. Desde o século XIX que o papado goza de uma estima e devoção prevalecente que podemos identificar com uma prolongada manhã. O advento do Papa Francisco dá prosseguimento a este movimento e sublinha-o sobremaneira, como a recente presença em Portugal expressa.


Reforma IV

No séc. XVI a vida cultural da Alemanha é marcada pela difusão de dois movimentos: a Devotio Moderna, à qual se aludiu nos artigos anteriores, e o humanismo. Não são realidades dicotómicas, antes vêem a sua história entrelaçada até, pelo menos, ao aparecimento de humanistas hostis para com a Igreja e para com o próprio Cristianismo, o que acontece no princípio do mesmo século XVI.


Reforma (III)

Procurar uma reforma integral, in capite et in membris, é o objectivo de muitos esforços ao longo do tempo da Igreja. Entre os séculos XIV e XVI, muitos membros da hierarquia desejavam a reforma, mas nem sempre tinham a força suficiente para lhe dar cumprimento. Tal como quando se trata da nossa conversão pessoal: nem sempre se levam por diante com lucidez e firmeza as mudanças necessárias. Assim se compreende que vários Concílios apelem à reforma, mas faltem o discernimento e a coragem para a empreender. No fundo, as autênticas mudanças não se processam por decreto.


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