Base de Apoio Logístico é “sonho concretizado” para Associação Humanitária dos Bombeiros
A inauguração de uma Base de Apoio Logístico em Vila Flor, no passado sábado, foi “um sonho concretizado” para a corporação local de bombeiros voluntários, que já não tinha onde estacionar as viaturas.
Trata-se de um novo espaço que serve de base de apoio aos grupos de bombeiros que vierem destacados para combater incêndios na região mas que poderá acolher também viaturas, formação ou mesmo civis em caso de catástrofe natural.
Esta BAL representa um investimento de 700 mil euros.
“É um dia muito feliz para a corporação, era um anseio de há anos. É um primeiro passo de um caminho de colocar Vila Flor num ponto nevrálgico de Proteção Civil no Nordeste Transmontan”, sublinhou o presidente da Câmara de Vila Flor, o social-democrata Pedro Lima.
“Temos instalações de formação, que são muito versáteis. Podem servir para guardar ferramentas, viaturas e acolher pessoas. Em caso de catástrofe natural, temos aqui instalações ideais para o efeito. E um posto de comando associado e um centro de formação em permanência, com capacidade para 15 a 20 pessoas”, acrescentou o autarca.
Carlos Fernandes, presidente da Associação Humanitária dos bombeiros de Vila Flor, assumiu que esta inauguração “foi o culminar de um sonho”. “Há diversos anos que andávamos a lutar por este espaço. Não tínhamos condições no quartel para o parqueamento de viaturas. Ultimamente já começavam a ser vandalizadas, bem como deterioradas por estarem na rua”, explicou.
Mas admitiu que, agora, os “sonhos ainda aumentam mais”. “Estamos a idealizar coisas para aqui que vão ser úteis para o desenvolvimento do corpo ativo. Vamos lutar na cedência de uma Unidade Local de Formação que seja reconhecida”, precisou.
Sobre esta base agora inugurada, “será uma extensão do quartel”. “Temos uma parada, que permite instruções, formações, temos salas excelentes. No quartel temos espaços muito diminutos. Queremos começar a motivar as escolas. A nossa região está a ficar despovoada e é um trabalho tremendo para os corpos de bombeiros para captar jovens”, explicou, adiantando que neste momento, há 60 elementos no corpo ativo dos bombeiros de Vila Flor.
Motivos que levaram o presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Duarte da Costa, a considerar que o distrito de Bragança está, agora, “mais seguro”.
“Esta tipologia de investimentos permite, sobretudo, ter maior flexibilidade nas opções de colocação de pré-posicionamentos de forças. Tendo mais opções, podemos atempadamente, em dias de maior risco, colocar grupos de combate a incêndios para, caso necessários, não tenham de se deslocar de mais longe e podem operar mais depressa, com maior eficácia, e depois podem descansar antes de se meterem à estrada para regressar”.
Por outro lado, considera que ainda há espaço para a criação de mais bases deste género no distrito de Bragança.
“Há espaço para haver mais, claro. A região de Trás-os-Montes é muito extensa, com riscos próprios e difícil acesso para a colocação de forças. Com isto, ganhamos tempo. Quando se fala em Proteção Civil, ganhar tempo é condição fundamental para diminuir áreas ardidas e aumentar a segurança”.
Esta é considerada a segunda do distrito, apesar de a primeira ainda não ter saído do papel. O Governo tinha reservado um apoio de 150 mil euros para uma primeira base em Macedo de Cavaleiros mas a autarquia ainda não avançou com o projeto. Duarte da Costa recusou comentar o caso. Para já, a base de Macedo funciona provisoriamente nas instalações do estádio municipal.