Mogadouro

Mais de 1,1 milhões de euros para recuperar bodegas subterrâneas no território raiano

Publicado por Francisco Pinto em Sex, 2024-06-07 18:46

O município de Mogadouro vai avançar com a recuperação de 32 bodegas (adegas) subterrâneas em Urrós, num projeto tripartido, dotado de mais 1,1 milhões de euros, que junta várias entidades transfronteiriças.

Deste montante, o município e Mogadouro que é a entidade “chefe de fila” neste projeto transfronteiriço, vai investir 666.666 mil euros nas bodegas em Urrós, um património concelhio que se perde no tempo e na história desta aldeia raiana.

De acordo com o autarca de Mogadouro, António Pimentel, uma das prioridades é a recuperação deste património ancestral ligado ao setor do vinho existente nesta aldeia, para depois criar uma rota turística no espaço da fronteira Luso-espanhola, no Douro Internacional.

“Pretendemos fazer nestes espaços, depois de recuperados, várias iniciativas ligadas ao ecoturismo, à gastronomia, entre outros eventos culturais e sociais ao nível raiano”, vincou à Lusa o autarca social-democrata, do distrito de Bragança.

Segundo António Pimentel, “o projeto está concluído há muito tempo, sendo que ao nível da execução foi necessário alguns recondicionamentos à ideia inicial, devido ao seu elevado montante”.

“O contrato de execução será assinado ainda esta semana entre as partes envolvidas nesta iniciativa transfronteiriça, que tem o município de Mogadouro como chefe de fila ”, frisou.
Já Fermoselle, em Zamora, vai investir a sua quota-parte no valor de 203.947 euros para fazer o mapeamento do subsolo desta vila espanhola, onde se crê que haja mais de um milhar de bodegas, numa cultura milenar.

O alcaide de Fermoselle, José Manuel Pilo, avançou que na sua localidade se irá proceder um levantamento a três dimensões de todo o subsolo desta vila espanhola.

“A ideia é fazer um raio x de todas as galerias subterrâneas de Fermoselle que abrangem, praticamente, todo o seu núcleo urbano. Estamos a crer que debaixo de terra haja mais de mil bodegas, mas não há um cadastro concreto, porque ainda estamos em investigação. Até agora são cerca de 800 estruturas conhecidas, algumas com mais de mil anos”, explicou.
Por seu lado, o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero - Douro tem 246.501 euros para fazer a divulgação e promoção deste ativo turístico e cultural no espaço peninsular.

O diretor geral do AECT Duero- Douro, José Luís Pascoal, indicou que este organismo tem a missão da divulgação de uma marca territorial de valor cultural no espaço da Península Ibérica, através deste projeto comum aos dois territórios.

“O projeto definido para Mogadouro e para Fermoselle são uns dos motores de desenvolvimento, deste território de fronteira, em que o AECT vai levar e divulgar por todo espaço comunitário e ibérico. A nossa obrigação passa por desenvolver o marketing territorial, que não temos dúvidas que se vai tornar um destino turístico muito procurado”, esclareço o responsável ibérico.

O AECT representa mais de 200 entidades públicas e privadas da raia fronteiriça do Douro, do Nordeste Transmontano e Beira Interior, do lado Português. Do lado de Espanha está o território entre Zamora e Salamanca.

O projeto ibérico tem o apoio do programa “Interreg España-Portugal (POCTEP)” que promove projetos de cooperação transfronteiriça, com o apoio da União Europeia, no montante global de 1.117.115,43 euros.

Neste projeto participam ainda como parceiros, o Turismo do Porto e Norte e a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás os Montes (CIM-TTM), entre outras, sem qualquer tipo de investimento.

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