A opinião de ...

Festejar alegremente, mas... …desportiva e responsavelmente!.

Numa altura em que já estamos adiantados nas vivências que nos transportam para mais um Mundial de Futebol, não deixamos de viver e sentir as emoções que, a nível interno, despontam na nossa cabeça.
Um dos diversos fatores positivos do desporto em geral e do futebol em particular é o impulso que nos levar a festejar, vibrando, com maior ou menor euforia nos triunfos, ou nos desaires.
Todos gostamos de festejar quando algo de positivo acontece e que emocionalmente nos conforta. Sem dúvida.
Porém, no meio de tudo isto, ou seja, entre as vibrações e exaltações de alegria resultante dos sucessos e da prosperidade e a maior ou menor capacidade de entendimento e conformação potenciada pelos insucessos, estará, simplesmente, o tempo e o momento. É que, normalmente, não há sucesso que sempre dure, nem insucesso que perdure, sobretudo falando em contextos futebolísticos.
Os festejos e as celebrações de conquistas de provas/troféus, acontecem todos os anos, são acontecimentos comuns, tantas vezes repetidos, como expressão da nossa vontade e do nosso “clubismo”.
É certo que, nalguns casos, a possibilidade de festejar acontece com algum espaçamento, no tempo, o que torna as manifestações de alegria e regozijo mais extrovertidas, tantas vezes, até, excessivas.
É nesse fervilhar de contentamentos e comportamentos, e concretização de sonhos e vontades, que muitos se agitam de tal forma, que não conseguem conter a agitação psicomotora, evidenciando com alguma falta de ética e civismo.
Evidentemente que gostamos que os nossos sonhos e anseios se concretizem e as nossas conquistas sejam uma realidade. E, neste contexto, nada de mal a assinalar, antes pelo contrário.
Porém, quando manifestamos e exercemos a nossa liberdade de expressão, devemos fazê-lo com o devido respeito pelo “outro” e, consequentemente pelo seu pensamento e pela sua forma de olhar para o desporto/futebol.
O modo como nos comportamos socialmente também define a nossa personalidade e fornece aos demais uma informação valiosa sobre o que somos e como exercemos responsavelmente a nossa cidadania e protegemos a nossa função profissional.
Mesmo integrando uma sociedade moderna e formalmente democrática, não podemos ser levados a cometer irresponsabilidades, só porque nosso clube venceu uma prova competitiva. Longe disso. E quanto mais visibilidade tiver a nossa função institucional, maior deve ser a nossa proteção em relação à mesma, defendendo-nos de exibições públicas pouco dignificantes e eticamente reprováveis.
No atual contexto socioeconómico é urgente moralizar os atos sociais, protegendo as organizações que com as quais nos identificamos e nos identificam, com exemplos positivos e de verdadeiros militantes de lideranças responsáveis e contidas.
Mas também não há dúvidas que, por vezes, as nossas convicções, sedutoras, não nos permitem descobrir aquilo que é mais significativo e valioso para nós e para os ambientes em que nos inserimos.
Celebrar a festa, o triunfo é bom, é enriquecedor.
Promove a auto-estima e a confiança, desde que tudo aconteça num espírito de respeitabilidade. E, como toda a gente, também eu gosto de festejar alegremente.
Desportivamente, em termos logísticos, salvo os Pioneiros de Bragança, pouco tenho para festejar.
O que não tem implicações no meu bom humor, ou nas relações em meu redor. Também por isso, quero, educadamente, apresentar aos benfiquistas, os meus parabéns pelos sucessos do clube de que são adeptos.
 

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