A opinião de ...

Na crónica anterior sobre esta matéria, referi que a mudança de comportamentos na saúde revela-se essencial na prevenção da doença e na promoção da saúde. Assinalei que medidas preventivas assumidas a título individual e coletivo promovem menores custos e menos efeitos iatrogénicos do que as ações meramente medicalizadas (iatrogenia é a expressão que designa o surgimento de alterações patológicas decorrentes de tratamentos colaterais provocados pela utilização de medicamentos: perda de cabelo, anemia, vómitos, náuseas…).
Neste momento, impõe-se apresentar um esquema simples elucidativo sobre os fatores que influenciam a saúde, retirado da obra Promover a Saúde – dos fundamentos à ação, de Isabel Loureiro e Natércia Miranda – Almedina, 2010, pág.49.
Educar para a saúde
A necessidade de educar para a saúde é um imperativo dos Estados e demais entidades públicas e privadas. Educar para a saúde significa a aprendizagem de conhecimentos, atitudes e valores que possibilitem a tomada de decisões individuais e coletivas propícias à saúde. Educar alguém para a saúde implica que haja investimento comunitário em estruturas e modos de vida com significados ricos e múltiplos capazes de modificar comportamentos nocivos. Trata-se de uma atuação concertada de várias entidades: estado, hospitais, centros de saúde, autarquias, escolas. Na verdade, os serviços de saúde (em especial, os que integram o Serviço Nacional de Saúde) têm como finalidades tratar, prevenir, promover, ensinar, educar e investigar. Com o apoio dos centros de saúde, as autarquias (e as escolas) aplicarão as suas sinergias, promovendo a educação para a saúde em diversas áreas. Esta atividade pode ocorrer formal e informalmente junto das crianças e jovens e pessoal docente e não docente, ou junto de grupos de pessoas carecidas de informação relativas a comportamentos corretos de saúde. Iniciativas desta natureza têm sido desenvolvidas com êxito de âmbito escolar por diversos municípios. (Continua)