Nordeste Transmontano

CIM pede revisão dos critérios para definição do risco de infeção por covid-19

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2021-04-15 11:39

Conselho Intermunicipal da CIM das Terras de Trás-os-Montes está preocupado com o reflexo negativo que a forma de cálculo do risco de infeção associado à covid-19 tem nos territórios de baixa densidade populacional, como são os nove municípios que integram este organismo e pedem uma revisão da fórmula usada.
Numa nota de imprensa enviada pela CIM esta quinta-feira, os autarcas transmontanos referem que o cálculo feito por município e com base no número de casos por cada 100 mil habitantes “compromete a leitura clara dos dados, criando confusões e alarme desnecessário nas populações”, além disso segundo essa fórmula “os valores de referência utilizados conduzem a situações em que uma dezena de casos colocam estes concelhos em risco extremo de contágio, com todas as consequências negativas que
daí advêm”, acrescentam.
Face a esta situação os presidentes transmontanos reivindicam a alteração desta forma de cálculo com o objetivo de acautelar a incerteza do risco, relacionada com a dimensão da população de cada município. O Conselho Intermunicipal sustenta a sua posição nas conclusões do Centro de Recursos Naturais e Ambientais (CERENA),
do Instituto Superior Técnico de Lisboa, responsável pelo desenvolvimento do modelo de mapas de risco diário que alerta para o facto de: “A análise dos valores de risco de infeção deve sempre ser complementada pela interpretação dos valores de incerteza. Um elevado risco de infeção, num município com uma pequena população, está sempre associado a uma elevada incerteza. Por esse
motivo, o valor do risco nesse local tem uma relevância relativamente baixa.”, sublinha o Conselho Intermunicipal, que se reuniu ontem em Vila Flor.
O facto de o nível de incerteza associado ao risco de contágio diminuir quanto maior for a densidade populacional, o Conselho Intermunicipal da CIM alerta para a necessidade de rever os critérios associados ao cálculo do risco de infeção. Neste âmbito, pretende que estes sejam realizados com
base territorial e não por concelho, ou seja, reivindica que a avaliação do risco seja realizada tendo como referência o número de casos por CIM´s ou Áreas Metropolitanas.
Numa altura em que se aproxima a data prevista para o início da terceira fase de desconfinamento, os presidentes consideram que caso esta pretensão não seja atendida, alguns concelhos possam vir a ser impedidos de entrar nesta nova etapa e consequentemente ver agravada a já débil situação económica e social existente.

Assinaturas MDB